Rio-me sempre que vejo alguém levar-se demasiado a sério ou a dar-se demasiada importância. Rio-me quando dou por mim a levar-me demasiado a sério ou a dar-me demasiada importância.
Há uns dias, fui convidado por um amigo para almoçar. Tive que pôr uma gravata, coisa que já raramente faço. Não tenho nada contra gravatas, mas fui deixando de as usar. Ultimamente, só as vou buscar ao armário quando vou a um casamento.
Talvez por saber que dificilmente irei dobrar a minha idade atual (embora haja sempre uma réstia de esperança de entrar para o Guiness Book), tenho pensado muito sobre o papel das pessoas mais velhas na liderança das organizações.
Falar de alegria, perante a guerra que se vive atualmente na Europa, pode parecer ofensivo. Afirmar que a alegria é uma escolha, poderá mesmo parecer um despropósito da minha parte. Onde está a alegria dos pais e mães dos soldados mortos em combate? Onde está a alegria dos refugiados ucranianos? Que escolha tiveram uns e outros?
A começar o novo ano, olho para trás e surpreende-me ver o tempo que dedicámos em 2021 a falar de “Igualdade” num Mundo em que as desigualdades se acentuaram cada vez mais, nomeadamente entre ricos e pobres, democracias e autocracias, entre os que têm um emprego estável e os que lutam por um emprego, entre vacinados do hemisfério Norte e os não vacinados do hemisfério Sul ou entre o florescimento de economias digitais e o definhamento de setores ditos tradicionais.
No dia 31 de dezembro, muitos de nós não resistimos à tentação de dedicar, aos desejos que queremos ver cumpridos a nível profissional, uma ou duas passas engolidas sofregamente ao som das 12 badaladas. Um número mais reduzido, dedica tempo para fazer um balanço, decorridos seis meses do início do ano. São, todavia, poucos os que aproveitam a chegada do verão para planear os seis meses que restam até ao próximo inverno.
Quando falamos em liderança e líderes, pensamos normalmente no que os distingue pelas virtudes e características que explicam o seu sucesso e a sua primazia em relação aos demais.
Não são muitas as vezes ao longo da nossa carreira em que nos confrontamos com a liberdade de passar o testemunho; isto é, de pôr um ponto final a uma função que estamos a exercer simplesmente porque sentimos que chegou a hora. É no momento em que estou quando escrevo este texto.
Já muito se escreveu, e também eu já escrevi, sobre a liderança das organizações no feminino. Por isso, desta vez decidi escrever sobre duas figuras de Mulher que me marcam e com as quais procuro aprender diariamente.
Quem não se lembra de ver este sinal normalmente acompanhado de luzes vermelhas intermitentes e o som repetido: Dring, Dring, Dring… O “Pare, Escute e Olhe”, presente nas passagens de nível (julgo com e sem guarda), serve essencialmente para nos alertar que o imprevisto e a imprudência podem causar a nossa morte e de outros.
Alguns lembram-se certamente de uma série inglesa passada numa casa londrina em que se cruzavam, escada a baixo e escada acima, os proprietários (a família Bellamy, abastada e cheia de pergaminhos) e os empregados (mordomo, cozinheira, motorista, criadas de copa, de limpezas, de quartos…).
Ao ler a última comunicação da equipa Mercer (créditos para a Carolina Cruz, Paula Marques, Ana Catarina Pimentel, Rita Simões, Patrícia Rodrigues, Margarida Pereira e Vasco Sousa) do Brainiac – find your dots, li uma frase que me deixou a pensar: “The ones who can see the unseen, listen to the unsaid and understand the uncommon”. Escreviam a propósito daqueles que serão capazes de ver e criar o futuro.