Com a chegada do verão, surge também uma oportunidade rara: tempo. Tempo para recuperar hábitos que, embora essenciais, têm sido esquecidos no ritmo acelerado da nossa sociedade.
O que seria daquele bebé que gatinha e quer começar a aventurar-se a dar os primeiros passos, se não tivesse uns pais que o incentivassem? O que aconteceria se à primeira queda os pais em vez de dizer: “Boa! Tenta outra vez! Tu consegues” dissessem:” Bem… que desajeitado. Ainda vais demorar muito!”. Demoraria certamente mais tempo a voltar a tentar e atrasaria o seu desenvolvimento.
Vivemos no mínimo, tempos bizarros. De um lado temos pessoas tão poderosas e influentes como Mark Zuckerberg a dizer - “Acho que a energia masculina é boa e a cultura corporativa estava a fugir dela”- provavelmente mais a piscar o olho a Trump e ao que a sua administração pode fazer por ele, do que às suas ideologias.
Há momentos na história da humanidade verdadeiramente transformadores. Vivemos um desses momentos com a inteligência artificial. Assim como os computadores, os telemóveis e a internet transformaram tudo. Como trabalhamos, estudamos, interagimos socialmente e vivemos o dia a dia, agora chegou a vez da inteligência artificial voltar a baralhar e mudar tudo.
Será possível definir o ADN tipo de um líder? Que características têm em comum os maiores líderes da história mundial? Serão essas características suficientes para os líderes dos nossos dias? Nas empresas, na política ou nas organizações?
Enquanto executivos o que nos pedem permanentemente é resultados! Crescimento, vendas, EBITDA, sucesso! Ao dia, ao mês, ao trimestre, ao ano! É necessário e entende-se. Os resultados significam à partida melhores condições para os colaboradores, clientes satisfeitos, maior impacto na comunidade.
Terminei a minha licenciatura em 1999. Desde essa altura várias foram as vezes que pensei em voltar aos bancos de escola. Mas por uma razão ou por outra fui sempre adiando.
Numa pesquisa rápida que fiz no Google com a palavra liderança apareceram-me em 0.38 segundos 68.100.000 resultados. Muito se escreve e publica sobre este tema.
A minha vida profissional começou dentro de um carro. O meu pai costumava dizer que a minha formação tinha sido um desperdício. Tanto tempo a estudar em Coimbra, em Inglaterra, com um canudo na mão e de que me tinha valido a pena? Tinha acabado como uma simples “caixeira viajante” como muitos sem formação.
Ó tempo volta para trás… Quem se lembra desta canção? Se calhar era isso que muitos de nós gostaríamos de fazer. De voltar a 2019, a um mundo perfeitamente conhecido onde gerir e liderar era bem mais fácil. Onde, olhar para o passado, para as estatísticas, análises de negócio e grandes tendências macroeconómicas era muitas vezes suficiente para conseguir prever e direcionar o futuro rumo ao sucesso.
Há uns dias ouvi, por acaso, o princípio de uma conversa entre uma pessoa de tecnologia e um fornecedor. E começava assim: “A equipa de liderança quer que as reuniões sejam mais colaborativas, interativas e pediu-me um novo sistema…!”
Nem sempre geri e liderei equipas que confiavam em mim. Hoje, sei que, na realidade, não geria ou liderava. Tinha o título, mas isso era tudo. Gerir e liderar implica ter influência, ser escutado para efetivamente motivar equipas de alta performance que co constroem a visão, a estratégia e a executam.







