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João Vieira da Cunha

João Vieira da Cunha

João Vieira da Cunha é escritor. Utiliza uma variedade de meios para partilhar as suas ideias, desde as mais prestigiadas revistas científicas na área da gestão até uma conta rebelde no Twitter. É doutorado em Gestão, pela Sloan School of Management do MIT, e Mestre em Comportamento Organizacional, pelo ISPA. A sua escrita tem um tom irónico e provocador. O objetivo é ajudar os gestores a refletir sobre o que é liderar na Era da Informação. A esperança é que essa reflexão faça com que os gestores usem as empresas para tornar o mundo num lugar melhor.

Qual é a sua canção de liderança?

Em julho de 2021 acabou o teletrabalho na escola de gestão onde sou diretor de investigação. Fizemos um evento para marcar o regresso. Uma das partes desse evento incluía um breve discurso de cada diretor. Cada um de nós tinha que escolher uma música que tocaria quando entrássemos no palco para discursar.

Como aumentar o seu valor como líder?

O nosso salário e a nossa carreira lá na empresa dependem do nosso valor como líder. Não é que as empresas sejam sítios onde impera a méritocracia. Longe disso. A sua capacidade de bajular o chefe e a sua rede de alianças  são fontes de valor, mas não são as únicas. Há três coisas que você pode fazer para aumentar o seu valor como líder.

Covid, um megafone para a sua voz de liderança

Há um par de meses lancei um livro inovador sobre liderança. A ideia base do livro é que cada um de nós tem uma voz de liderança. Que o nosso valor como líderes não vem da nossa capacidade de aplicar as melhores práticas de liderança. Vem da nossa capacidade de criar as nossas próprias práticas de liderança.

A pandemia foi uma transformação tecnológica, mas ao contrário

O teletrabalho foi sempre tratado como uma mudança radical na vida do dia a dia das empresas. Até março de 2020 era só para os nómadas digitais e para trabalhar ao fim de semana. Ninguém sabia o que era o Zoom. O Teams era um daqueles aplicativos que já vem instalado e que nem sabemos que temos no computador. O Slack era uma aplicação que era usada em grupos de trabalho que estavam lado a lado, muitas vezes na mesma sala.

Jovens líderes e supermercados automáticos

Uma das piores ideias que posso imaginar é uma escola de gestão colocar nas suas instalações um supermercado automático sem pessoas a trabalhar na caixas e com o objetivo de ser um laboratório para desenvolvimento de produtos. Um supermercado deste tipo transmite duas ideias perigosas numa organização que está a formar os líderes do futuro.

Há cidadãos de segunda lá na empresa?

Uma das coisas que aprendi quando passei a participar na gestão das universidades em que trabalhei é que há organizações em que há pessoas que são consideradas pessoas de segunda.

Será que a liderança deve ser pessoal?

Para mim a liderança é pessoal, mas não sei se devia ser assim. A liderança é pessoal quando a nossa principal missão enquanto líderes é desenvolver as pessoas que estão sob a nossa responsabilidade. A liderança é pessoal quando desafiamos constantemente as pessoas que lideramos, mesmo quando isso não interessa à empresa onde trabalhamos.

O maior jogo do mundo

Até ao meu segundo ano do doutoramento custava-me muito perceber porque é que as pessoas sacrificavam tanto pelo trabalho, especialmente quando não escreviam romances ou tentavam curar doenças – as duas únicas profissões em que se está mesmo a ajudar os outros.

É mentira, nenhum de nós está sozinho e nada depende só de nós

Há uma coisa que todos os livros de auto-ajuda tem em comum e que é mentira. Cada livro que nos quer ensinar a ser melhores líderes, melhores empreendedores, melhores colaboradores e até melhores pessoas tem um conjunto de receitas muito diferente.

A frase no obituário de Niki Lauda

Li uma frase que descreve muitas das pessoas que admiro e que também gostava que me descrevesse a mim. É uma frase que um jornalista usou num obituário de Niki Lauda, um antigo piloto de Fórmula 1 que morreu a 20 de Maio de 2019.

Trabalhar em “modo pesadelo”

O meu artigo deste mês é uma reflexão sobre uma das lições mais importantes que aprendi com o meu filho: que vale a pena trabalhar em "modo pesadelo".

Três alternativas aos raminhos de flores no Dia da Mulher

Dia 8 foi o Dia da Mulher. O Dia da Mulher é um dia que me deixa contente porque é um dia em que se festejam muitas conquistas difíceis: o direito ao voto, o direito ao trabalho e o direito à propriedade (o site "School of Feminism" tem uma série de posters com uma lista de grandes e pequenas conquistas).