Quer criar uma empresa e não tem investimento? A solução pode estar no crowdfunding.

Não desista do sonho de criar o seu próprio negócio só porque o dinheiro é escasso. Se tem uma ideia e quer colocá-la em prática, recorrer ao crowdfunding para obter investimento pode ser um caminho.

O crowdfunding está, regra geral, associado ao universo do empreendedorismo, e muitas vezes é a única forma dos novos projetos empresariais conseguirem financiamento para chegar ao mercado. E nos últimos anos ganhou popularidade, em parte, pela ineficiência da banca tradicional na resposta às necessidades de investimento dos empreendedores, já que muitas vezes a morosidade de processos inviabiliza o sucesso dos negócios.

Na realidade, estas plataformas de financiamento colaborativo atualmente disponíveis na internet vieram revolucionar os negócios ao permitir que indivíduos, empresas em fase de arranque ou mesmo a comunidade, possam realizar os seus sonhos e implementar ideias que de outra forma não sairiam da gaveta. Apesar de ser um meio de financiamento alternativo, também ele tem os seus desafios e oportunidades.

Mas afinal, em termos práticos como funciona o crowdfunding? Consiste na captação de capital através da modalidade de financiamento coletivo, ou seja, de um grupo de pessoas (a título individual ou empresas) que investem recursos financeiros num projeto do seu interesse. As contrapartidas que recebem pelo apoio financeiro ao projeto dependem do formato da campanha em causa.

Quer a nível nacional quer internacional já são muitas as plataformas a que podem recorrer quem procura angariar investimento para lançar um projeto. Entre os inúmeros exemplos: Seedrs, uma plataforma de equity crowdfunding cofundada pelo português Carlos Silva, em 2012, e que no final do ano passado integrou a rede internacional Republic; a Goparity, uma plataforma de financiamento colaborativo fundada em 2107; a Wefunder, uma plataforma internacional que chegou a Portugal no início deste ano; a Gofundme; a PPL; a Crowdcube, a Kickstarter, a  Indiegogo, a Crowdfunder, a Fundable… e por aí fora. Algumas destas plataformas têm a particularidade de ser especializadas em setores de atividade como, por exemplo, imobiliário, filmes ou projetos criativos.

O processo é relativamente simples. Basta escolher uma plataforma online de crowdfunding, como as citadas, por exemplo, e criar uma campanha com o seu projeto. Depois tem de estabelecer uma meta de financiamento e divulgar a iniciativa na sua rede de contactos. Não se esqueça que cada plataforma tem as suas próprias regras que deve cumprir.

Os benefícios do crowdfunding passam pela sua capacidade de democratizar o acesso ao capital, de promover a inovação e construir comunidades. Permite levantar recursos para um negócio, muitas vezes numa fase em que a ideia ainda não está validada; não precisa de ter um plano de negócios elaborado; e não necessita de recorrer a empréstimos e continua com 100% de controlo da empresa.

Como em muitos outros setores, também este não escapa a uma regulamentação apertada, quer no plano nacional quer no plano europeu. Recentemente entrou em vigor em Portugal o regulamento da União Europeia que harmoniza as regras aplicáveis às plataformas de “crowdfunding”. O novo regime anula a existência de regulamentos diferentes em cada país, o que dificultava a atividade dos prestadores de serviços, que agora necessitam de uma licença única, no caso português, emitida pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), para poderem atuar a nível europeu. Desta forma, aumentam as oportunidades do crowdfunding chegar a mais pessoas.

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