Ninguém contesta que a carga fiscal no nosso país é excessiva, penaliza sobretudo os rendimentos do trabalho, abusa de impostos regressivos, como o IVA e, de uma forma geral, desincentiva os melhores a ficarem por cá e desanima o investidor que, até há pouco, era mesmo obrigado a pagar impostos “por conta” ou seja, antes mesmo deles serem – ou não – devidos.
Fui à Covilhã visitar minha Mãe centenária. Precisei apanhar um táxi. Terras mais pequenas aproximam as pessoas e o Snr. Adelino reconheceu-me.
Muitas são as ocasiões em que já ouvimos alguém a falar economês. Em si mesmo, falar em economês nada mais é que recorrer a vocábulos frequentemente utilizados em economia ou gestão e que não integram o vocabulário de uso corrente. “Superavit”, “balança comercial” ou “cash-flow” são ótimos exemplos de economês. Nenhum político, gestor ou comentador sobrevive sem as utilizar, de forma frequente ou moderada.
Num recente comentário que fiz na CNN, a jornalista perguntou-me se, na minha opinião de “especialista de marca”, Putin poderia perder a confiança do povo russo. Fiquei surpreendido com a questão e não fui capaz de dar uma resposta que apontasse o desajuste da pergunta.
O Snr. José António é sapateiro. Daqueles que faz sapatos. Com a sua velha máquina e com um conjunto de sovelas e pequenas ferramentas que herdou do seu tio, ele consegue produzir 10 pares em 100 horas de trabalho. Vende-os por 1000 euros, sem dificuldade, a lojistas seus conhecidos.
Youval Harari, que escreveu a triologia Sapiens, Homo Deus e 21 Lições Para o Século 21, baseia muitas das suas teorias em postulados simples. O mais original é que o Homem se organiza em sociedade pela aceitação de mitos que organizam e enquadram as suas relações ao criar uma base cultural comum, uma espécie de guião em que todos se reconhecem.
Há cerca de quarenta anos, o melhor que um jovem graduado poderia esperar para a sua vida profissional era ser contratado por uma “multinacional”. O salário seria melhor que noutras empresas ou funções e algum sistema de avaliação garantia promoções ancoradas no mérito.
Um dos adquiridos do discurso público dos últimos anos é de que a automatização do trabalho, sobretudo do trabalho repetitivo e mecanizável, acabará por destruir emprego em números nunca até agora vistos, mesmo em momentos de revolução tecnológica anteriores, como o advento da eletricidade ou da própria internet.
As notícias vão-se fazendo mais frequentes. Primeiro foi a Austrália. Depois de um braço de ferro com o Facebook, este acedeu a partilhar receitas com os media sobre as notícias por eles geradas. O Congresso dos EUA discutiu se permitirá aos meios de comunicação social regionais que estes se lhe associem na negociação com a Google e o Facebook no contexto das investigações anti-trust que vão fazendo o seu caminho naquele país.