Tenho 67 anos. Deixei a minha profissão aos 60 anos. Muitos questionaram essa opção pois como Global President de uma multinacional de marketing e publicidade, a Havas, poderia simplesmente continuar na função até que chegasse a idade natural da reforma.
Comecei a minha vida profissional como “management trainee” na Fima-Lever-Iglo, uma joint-venture entre a Jerónimo Martins e a Unilever. Quando liguei ao meu Pai encontrei um raro silêncio do outro lado da linha.
Tenho quatro filhos e quatro noras, todos licenciados ou mestrados. Dos oito, sete vivem e trabalham no estrangeiro. Os meus cinco netos também. Apenas uma razão fez com que partissem: a procura de uma carreira profissional bem remunerada. Cá não seria possível.
Já lá vão muitos anos desde que Barack Obama ganhou as eleições presidenciais nos Estados Unidos. Fê-lo sob a bandeira da Esperança invocada num poster de campanha genial em que, sobre a palavra Hope, se via a cara do jovem candidato.
Nos últimos anos, testemunhámos avanços significativos no campo da inteligência artificial, especificamente no desenvolvimento de Large Language Models (modelos de linguagem avançados).
Para muitos portugueses, a sensação de impotência face à paralisia do país é avassaladora. Como português de 66 anos, é com enorme tristeza que vejo o país a definhar.
Não resta entre nós grande memória do que foi, há apenas uma década, uma das poucas multinacionais portuguesas, a CIMPOR. A CIMPOR nasceu da nacionalização, em 1974, das empresas cimenteiras nacionais. Foi reprivatizada em 1994. O Estado embolsou 1.8 mil milhões de euros na operação. Até 2012, quando foi vendida, a gestão da CIMPOR, chefiada primeiramente por Sousa Gomes, fez dela um florão da nossa indústria.
A minha última crónica versou sobre a experiência ultra-liberal de Liz Truss. Apesar de já conhecermos o final da história, convém relembrar o que aconteceu.
Ninguém contesta que a carga fiscal no nosso país é excessiva, penaliza sobretudo os rendimentos do trabalho, abusa de impostos regressivos, como o IVA e, de uma forma geral, desincentiva os melhores a ficarem por cá e desanima o investidor que, até há pouco, era mesmo obrigado a pagar impostos “por conta” ou seja, antes mesmo deles serem – ou não – devidos.
Fui à Covilhã visitar minha Mãe centenária. Precisei apanhar um táxi. Terras mais pequenas aproximam as pessoas e o Snr. Adelino reconheceu-me.
Muitas são as ocasiões em que já ouvimos alguém a falar economês. Em si mesmo, falar em economês nada mais é que recorrer a vocábulos frequentemente utilizados em economia ou gestão e que não integram o vocabulário de uso corrente. “Superavit”, “balança comercial” ou “cash-flow” são ótimos exemplos de economês. Nenhum político, gestor ou comentador sobrevive sem as utilizar, de forma frequente ou moderada.
Num recente comentário que fiz na CNN, a jornalista perguntou-me se, na minha opinião de “especialista de marca”, Putin poderia perder a confiança do povo russo. Fiquei surpreendido com a questão e não fui capaz de dar uma resposta que apontasse o desajuste da pergunta.