Investimento em start-ups ligadas ao espaço duplica em 2021

Start-ups ligadas ao espaço angariam investimento recorde de 15,4 mil milhões de dólares (15,3 mil milhões de euros) em 2021, de acordo com dados da empresa norte-americana BryceTech. SpaceX, OneWeb e a Sierra Space foram as que mais capital receberam.

Nos últimos dez anos o investimento em start-ups com projetos ligados ao espaço cresceu mais de sete vezes, passando de 2 mil milhões de dólares (2 mil milhões de euros) em 2012 para 15,4 mil milhões em 2021 (15,3 mil milhões em euros). No total, estas start-ups captaram 52 mil milhões de dólares (51,7 mil milhões de euros) na última década, segundo dados da empresa de análise e engenharia BryceTech.

Os 15,4 mil milhões de dólares (15,3 mil milhões em euros) de investimento registados em 2021 representaram um novo recorde em comparação aos 7,7 mil milhões de dólares (7,6 mil milhões de euros) de 2020. A maior parte do investimento foi realizado por fundos de venture capital e empresas private equity. Valores menores  vieram de IPOs, contratos de concessões com governos de diversos países e aquisições.

No relatório, a BryceTech afirma que 2021 foi o ano que consolidou as três principais tendências de investimento neste tipo de start-ups: investimentos privados; mercados públicos e fusões e aquisições (M&A).

Comparando com 2020, os investimentos de venture capital aumentaram 82%, para 9 mil milhões de dólares (8,9 mil milhões de euros), e o número de negócios cresceu 54%, para 120 mil milhões de dólares (119 mil milhões de euros).

“Desde 2016, a dimensão média dos negócios de venture capital aumentou de forma constante e o número de ‘mega-rondas’ [que envolvem mais de 100 milhões de dólares] intensificou-se entre 2018 a 2021, passando de 5 para 16”, afirma a empresa, citada pela Forbes.

O maior valor investido foi na SpaceX, de Elon Musk, que recebeu 1,8 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros). Segundo a Brycetech, após a última ronda de financiamento, a avaliação de mercado da SpaceX chegou aos 127 mil milhões de dólares (126 mil milhões de euros).

Já a segunda maior ronda de investimento foi protagonizada pela inglesa OneWeb, que recebeu 1,5 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros) em investimento de capital de risco em 2021 – a ronda foi liderada pela Bharti Global. A Sierra Space, subsidiária da Sierra Nevada Corporation, fecha o top três com a angariação de 1,4 mil milhão de dólares (1,4 mil milhões de euros).

No relatório, a BryceTech destaca ainda que o volume recorde de captações de start-ups ligadas ao espaço em 2021 acompanhou o “apetite” pelo investimento de risco nos Estados Unidos. De acordo com dados do PitchBook, no ano passado o volume destes investimentos praticamente duplicou, passando de 167 mil milhões de dólares (166 mil milhões de euros) para 330 mil milhões de dólares (328 mil milhões de euros).

Entre os motivos para esta tendência, a BryceTech aponta a baixa taxa de juros, que aumenta o apetite do mercado por investimentos “não tradicionais”, ao contrário do que se observou em 2022, quando os juros norte-americanos subiram de zero para 1,75% ao ano – projeções apontam que a taxa pode chegar a 3,5% até dezembro.

No entanto, a BryceTech alerta que o futuro do ecossistema das start-ups ligadas ao espaço está longe de ser seguro pelo próprio modelo de negócio. Os riscos concentram-se nos negócios não comprovados, na base de clientes incerta, no horizonte longo de amadurecimento do setor e na adaptação às normas do mercado.

Comentários

Artigos Relacionados