Falas de propósito como quem fala de fé. Dizes que queres uma equipa alinhada, inspirada, comprometida. Mas, diz-me: quando foi a última vez que explicaste o porquê de fazeres o que fazes? Ligaste o propósito da empresa/organização ao sentido do trabalho de cada pessoa? Antes disso: sabes o que é o propósito da empresa/organização? Ou será que também tu já transformaste o propósito num slide fluffy que ninguém lê?
Há um momento em que o barulho das reuniões, das ideias, das urgências e das opiniões se cala. E ficas tu, diante das tuas próprias decisões. É o instante em que percebes que, por mais que partilhes, delegues ou oiças, há sempre uma parte da liderança que ninguém pode viver por ti.
O tempo é o de falar muito, escrever muito e ensinar muito sobre o que é liderança: “Quinze passos para liderar”, “As competências críticas da liderança”, “Os oito segredos mais escondidos”. O problema? A vida não é um manual. Na realidade, ninguém quer saber de ti ao ponto de carregar o peso das tuas escolhas, dos teus fracassos ou das tuas ambições. Ponto.
A longevidade tornou-se não apenas um dado demográfico, mas um fenómeno social que reconfigura os contornos do trabalho, da aprendizagem e da realização pessoal. No entanto, há uma dissonância entre esta nova realidade e a forma como as organizações continuam a ver — ou a não ver — a faixa etária acima dos 50 anos.
A felicidade tornou-se instantânea. E todos a querem como se não fosse possível prescindir dela por um bocadinho. Tem de ser mesmo 24/7/365. Não será, nem de perto nem de longe, aquela serenidade que vem depois de um bom vinho, a aquecer uma boa conversa, ou a que emerge de um reencontro inesperado.
Durante anos ouvimos dizer que a vida profissional e pessoal devem estar separadas. No entanto somos uma e uma só pessoa, com ambas as vidas. Também ouvimos dizer que para sermos líderes eficazes temos de ser "profissionais" a tempo inteiro, deixando o lado pessoal em casa.
Nas redes sociais, no meio de um emaranhado de frases motivacionais que já não motivam ninguém, de pacotes de banalidades embalados em posts de LinkedIn com 1000 likes e 10,000 views reina uma máxima que se repete ad nauseam como frase oca e vazia: “As pessoas não saem das empresas, saem dos líderes.” Ponto final. Sem rodapé, sem nuances, sem contraditórios.
Tens 25 anos e foste promovido e agora estás perdido? Ou não é bem isso? Bom, a formação pode e deve ajudar-te. Sempre primaste por ela. E não te esqueças:
Rapidez no pensamento, na ação e na avaliação. E, depois, na correção. Tal como está a envolvente não podemos senão querer ter líderes rápidos. Muito rápidos mesmo.
Dia 8 de dezembro foi o dia do antigo aluno do Colégio de São João de Brito. Dia 8, depois de algum debate interno, voltei ao Colégio e fui à missa das 19h (missa do CUPAV).
Tema super importante. Hiper atual. Mas sempre foi. Há é um certo receio de se falar no tema. Porquê? Porque há líderes que mentem, sempre mentiram e continuam a mentir por várias razões: 1) para alcançarem objetivos (valendo os fins e independentemente da justiça dos meios); 2) para ocultarem fraquezas; 3) para acreditarem mais em si mesmos.
Quanto menos idade têm as pessoas que entram nas empresas (para efeitos de trabalho, e vamos colocar aqui a fasquia entre os 18 e os 27 anos de idade à data de 2024)mais probabilidade terão de ter “absorvido” uma lógica e uma aproximação às empresas que é substancialmente diferente da aproximação ao trabalho de há uns anos (e não são muitos).
