Alfred Chandler, economista e professor em Harvard, sentenciou há umas décadas que “unless structure follows strategy, inefficiency results”. Henry Mintzberg, estudioso da gestão, que já decretou há um tempo a obsolescência do planeamento estratégico, reforçou com a citação que dá título a esta reflexão.
Há mais de 15 anos que trabalho com equipas de gestão em matérias como liderança, cultura e estratégia. E, na atracção de talento executivo (executive search), para robustecer a gestão de topo. Como é expectável, vejo as mais diversas práticas no designado corporate governance – i.e. o conjunto integrado de regras e processos pelos quais uma empresa é dirigida e controlada.
A volátil geopolítica atual trouxe de novo para a linha da frente a importância do investimento em defesa. E, olhando a montante, para as indústrias que a suportam. A Europa, e Portugal, em particular, estarão cientes que, nas economias modernas, as indústrias de defesa desempenham um papel fundamental não só para garantir a segurança nacional, mas também para reforçar o crescimento – através das exportações.
Nos últimos seis meses, dois episódios vieram a público sobre a (in)capacidade do nosso Estado inovar. Nos seus processos e, essencialmente, nos resultados – os bens e serviços públicos que apresenta, como é sua obrigação, à sociedade portuguesa.
Europa em 2025? Já quase todos os comentários e diagnósticos foram escritos. O ano de 2024, pleno de presságios de mudança, terminou com uma sensação generalizada de pessimismo.
“The Ministry for the Future” (2020) é um romance de ficção científica e climática, da autoria do escritor norte-americano Kim Robinson. Situado num futuro próximo, o enredo inicia-se com uma onda de calor catastrófica na Índia que origina milhões de vítimas.
Direto ao problema: o Estado e as entidades públicas estão, globalmente, arcaicas na sua estrutura e processos e ineficientes no cumprimento da sua missão. Não por que tenham perdido recursos (humanos, financeiros, tecnológicos) para o fazer – antes pelo contrário, nunca, na maioria das geografias (e Portugal não escapa à regra), tiveram tanto ao seu dispor.
Estamos naquela que poderá ser a mais disruptiva década da história da humanidade. A confluência de várias tecnologias (informação, energia, materiais e biotecnologias) irá transformar a vida como a conhecemos. Como aprendemos, colaboramos, criamos e trabalhamos.
A luta global pelo talento não começou hoje. Tem décadas e acentuou-se com a globalização, a massificação das soluções de transporte e mobilidade e o incremento exponencial das tecnologias digitais.
A estrutura da economia portuguesa melhorou na última década? Sim! Fruto do engenho e vontade de empresários e gestores portugueses e de vários investidores internacionais, o grande vetor de mudança assentou, como sabemos, nas exportações.
Já há muito que defendo e escrevo algo que é óbvio: o nosso Estado e a respetiva Administração Pública têm de mudar os seus processos e estruturas e serem mais eficientes e eficazes.
A questão que encabeça este artigo é também o título de uma inteligente obra de Jared Diamond, reputado geógrafo, historiador e escritor norte-americano, publicada em 2019. Este livro, aclamado de forma unânime, transformou muitas das perceções e entendimentos sobre as causas da ascensão (e quedas) das nações, em especial nos momentos de encruzilhadas históricas e crises profundas.