“The Ministry for the Future” (2020) é um romance de ficção científica e climática, da autoria do escritor norte-americano Kim Robinson. Situado num futuro próximo, o enredo inicia-se com uma onda de calor catastrófica na Índia que origina milhões de vítimas.
Direto ao problema: o Estado e as entidades públicas estão, globalmente, arcaicas na sua estrutura e processos e ineficientes no cumprimento da sua missão. Não por que tenham perdido recursos (humanos, financeiros, tecnológicos) para o fazer – antes pelo contrário, nunca, na maioria das geografias (e Portugal não escapa à regra), tiveram tanto ao seu dispor.
Estamos naquela que poderá ser a mais disruptiva década da história da humanidade. A confluência de várias tecnologias (informação, energia, materiais e biotecnologias) irá transformar a vida como a conhecemos. Como aprendemos, colaboramos, criamos e trabalhamos.
A luta global pelo talento não começou hoje. Tem décadas e acentuou-se com a globalização, a massificação das soluções de transporte e mobilidade e o incremento exponencial das tecnologias digitais.
A estrutura da economia portuguesa melhorou na última década? Sim! Fruto do engenho e vontade de empresários e gestores portugueses e de vários investidores internacionais, o grande vetor de mudança assentou, como sabemos, nas exportações.
Já há muito que defendo e escrevo algo que é óbvio: o nosso Estado e a respetiva Administração Pública têm de mudar os seus processos e estruturas e serem mais eficientes e eficazes.
A questão que encabeça este artigo é também o título de uma inteligente obra de Jared Diamond, reputado geógrafo, historiador e escritor norte-americano, publicada em 2019. Este livro, aclamado de forma unânime, transformou muitas das perceções e entendimentos sobre as causas da ascensão (e quedas) das nações, em especial nos momentos de encruzilhadas históricas e crises profundas.
Quanto vale a criatividade e inovação de um País? Direi que vale muito. Cada vez mais. E, nesta nova era cada vez mais tecnológica e digital, pode ser um factor diferenciador de qualquer estado-nação no século XXI.
Estratégia… esse importante conceito milenar, por vezes ambíguo, que não é mais do que a formulação “onde queremos estar e como lá chegar ”. Desde Sun Tzu, na China Imperial de há 2500 anos, passando pelo Maquiavel renascentista e pelo rigor alemão de Clausewitz, no século XIX muito já se escreveu sobre o tema. Concluindo com a sua aplicação, originalmente militar, à competitividade das economias e das empresas.
Tal como acontece um pouco por toda a Europa, Portugal é hoje um destino de migrantes que, pelas mais diversas causas e motivações, nos procuram para se estabelecer.
Atração de investimento! – eis o anseio repetido até à exaustão, por qualquer responsável político, desde um primeiro-ministro ao presidente de uma pequena autarquia. Um desejo legítimo e de saudar, uma vez que é dos investimentos, especialmente dos de grande dimensão, que surgem os meios para criar empregos, reproduzir riqueza, gerar inovação e financiar os bens e serviços públicos que usufruímos.
Não são precisos muitos estudos académicos. Ou mais relatórios do Fórum Económico Mundial ou de grandes consultoras internacionais. O óbvio está perante nós: os conhecimentos e competências adquiridas de base, nos sistemas educativos tradicionais, não são suficientes para os desafios dos mercados de trabalho do presente e do futuro.