Tradiio, a disrupção na indústria da música

Todos os meses destacaremos um negócio. Em novembro, é incontornável falar deste dos tempos modernos que promete dar muita e boa música, num modelo que faz lembrar os velhinhos clubes de fãs.

600 mil euros é quanto a Tradiio, empresa portuguesa de streaming de música procura em troca de 13% do seu capital social. O sonho é literalmente ir à conquista do mercado norte-americano e ser a disrupção mundial no negócio da indústria musical.

Seguindo o princípio da sua própria startup – que, na versão beta lançada no segundo trimestre deste ano, permite que qualquer pessoa apoie os seus artistas preferidos, através de um donativo mensal que lhe dá acesso a conteúdos exclusivos e experiências com os artistas -, a Tradiio procura o investimento junto dos que queiram apoiar a ideia, ou seja, em sistema de crowdfunding (financiamento coletivo), onde qualquer pessoa pode investir através da plataforma Seedrs.

Álvaro Gomez, André Moniz e Miguel Leite são os nomes por detrás da Tradiio, empresa que criaram em 2014 e que conta já com uma equipa de 16 pessoas e um investimento de 1,75 milhões de euros (Whitespace Ventures e Espirito Santo Ventures), presença em mais de 100 países e parcerias com a Universal e a Island Records, entre outras.

“Já recorremos a formas mais tradicionais de financiamento no passado e com certeza faremos o mesmo em futuras rondas de investimento. Mas nesta fase optámos deliberadamente por recorrer ao crowdfunding para provar que o modelo funciona. A Tradiio quer melhorar a indústria da música, expandir as fontes de rendimento para os artistas, apoiando-se no apoio colectivo que os fãs estão dispostos a dar. Apenas faria sentido, nesta altura, que também nós recorrêssemos ao mesmo apoio colectivo. Uma empresa de crowdfunding que usa crowdfunding para se financiar – não há mais fé no modelo que essa“, explicou ao Link To Leaders Álvaro Gomes, cofundador e CEO da Tradiio.

Com mais de 30 mil artistas e acima dos 250 mil utilizadores, é hoje maioritariamente procurada por artistas dos EUA, Reino Unido, Brasil e Portugal. Mas o objetivo desde financiamento é passar dos milhares para os milhões de artistas possíveis de apoiar. Com esta operação de financiamento, a Tradiio fica avaliada em 4 milhões de euros.

Um mês depois de ter lançado a versão beta, em maio de 2016, a Tradiio via-se entre as 10 start-ups mais disruptivas do mundo. Segundo a Disrupt 100, “nenhuma outra plataforma conseguiu agregar, de forma efetiva, um sistema de streaming através de um sistema de crowdfunding. A Tradiio parece ser a plataforma, não só para lançar a carreira de novos artistas, mas também para providenciar uma forma sustentável de assegurar o acesso ao conteúdo”.

À data de escrita deste artigo, a Tradiio tinha já conseguido angariar mais de 228 mil euros, ou seja, cerca de 38% do montante total, tendo 37% do investimento sido conseguido no primeiro dia de angariação. Mas ainda vai a tempo de se juntar aos investidores, uma vez que a campanha de crowdfunding decorrerá durante 60 dias.

“Estamos confiantes que chegaremos ao objetivo da nossa campanha – 600 mil euros. No entanto temos alternativas viáveis. Há a possibilidade de fazermos um soft launch nos EUA, com uma presença de marca menos forte mas sólida e prontos a angariar o investimento necessário lá localmente.Ou até mesmo uma transição para mercados emergentes, onde possamos expandir mas gastar menos recursos. Mercados como o da América Latina ou na Ásia. Estas são sempre possibilidades e estamos preparados para isso. Mas com os resultados que temos tido fazem-nos acreditar que teremos sucesso no mercado americano“, revelou Álvaro Gomez.

Depois de obtido o financiamento pretendido, a Tradiio tem uma estratégia e visão bem definidas: “2017 será o ano de conquistarmos o mercado americano, por dentro. Queremos colocar parte da equipa em Los Angeles e estabelecer parcerias chave para o lançamento do Tradiio localmente. Aconselhamos toda a gente a visitar a nossa campanha em seedrs.com/tradiio e ver o curto vídeo onde explicamos como pretendemos usar os nossos recursos neste novo mercado.Também qualquer investidor interessado poderá consultar o nosso modelo de negócio e deck de investidores”, afirmou Álvaro Gomez.

A Tradiio segue a linha de empresas portuguesas como a Coacher, a Agroop (já fez duas rondas), a Climber Hotel e a eSoldiar, que já conseguiram completar rondas de financiamento nesta plataforma de crowdfunding, embora com valores inferiores ao agora em angariação.

A luso-britânica Seedrs é a primeira plataforma de crowdfunding no mundo a ter a sua atividade regulada e autorizada pela Financial Conduct Authority (supervisor britânico), permitindo a captação de investimento de particulares e de instituições de investimento.

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