Start-ups londrinas ajudam empresas a manter os colaboradores calmos

O burnout, a ansiedade e o stress afetam os colaboradores de várias empresas em todo o mundo. Algumas start-ups do Reino Unido estão a usar aplicações de “chat” para terapia e monitorização do stress, de forma a manter o bem-estar no local de trabalho. Conheça alguns exemplos.
A ansiedade é um problema crescente no Reino Unido, com um em cada seis adultos a experimentar alguma forma de “problema de saúde neurótico”, segundo dados do AnxietyUK. A ansiedade e a depressão são os problemas mais comuns.
A Organização Mundial da Saúde prevê que, até 2030, os problemas de saúde mental serão a principal causa de mortalidade em todo o mundo. Um relatório da Deloitte em 2017 revelou que o custo da ausência relacionada com a saúde mental no local de trabalho do Reino Unido é de 7,9 bilhões de libras (9,1 milhões de euros) e que a saúde mental já representa cerca de 11% de todos motivos de ausência por doença. No entanto, o acesso à ajuda está a tornar-se cada vez mais difícil.
Para tentar combater este cenário, há uma tendência crescente entre as start-ups londrinas para promover o bem-estar no local de trabalho, com o objetivo de combater as consequências do stress e da ansiedade, avança o Evening Standard. Em média uma pessoa passa mais de 80 mil horas no local de trabalho ao longo da vida. E as fronteiras entre vida privada e trabalho estão cada vez mais esbatidas.
Um desses exemplos é Spill, uma aplicação de terapia através de chat que tem como objetivo facilitar o acesso ao aconselhamento. O objetivo da aplicação, quando desenvolvida pelos criadores, foi de tornar a terapia mais acessível a todas as pessoas. As empresas pagam para aceder aos serviços da Spill e oferecem os eus benefícios aos seus funcionários. A Spill conta com empresas como Monzo e Rightmove no seu leque de clientes. A responsável pelos recursos humanos da Monzo, Tara Mansfield, comenta que a utilização da aplicação melhorou o ambiente geral de trabalhar num banco desafiador.
Também a Levell tem dado o seu contributo para esta área. Depois de sofrer um esgotamento no seu cargo anterior numa empresa de educação, Madeleine Evans usou a sua experiência para criar uma plataforma de gestão de bem-estar, a Levell. Evan projetou a plataforma como uma ferramenta para ajudar os funcionários a gerir o stress, impedindo-os de chegar ao esgotamento. Os utilizadores acedem à plataforma algumas vezes por semana e registram os seus “níveis” de humor, stress e energia. Levell junta todas as respostas e deteta padrões, antes de enviar essas informações à empresa, e sugerir uma forma de melhorar o ambiente no escritório. O projeto piloto da Levell terminou recentemente e a empreendedora pretende expandir a plataforma para mais organizações.
Investidores de olhos nas plataformas de gestão de stress
Os investidores estão atentos a esta tendência. No início deste ano, a Felix Capital, que habitualmente investe em marcas de lifestyle digital, foi a principal investidora numa outra nova empresa de gestão de bem-estar, a Unmind, contribuindo com 3 milhões de libras (3,5 milhões de euros). A aplicação oferece conteúdo interativo, incluindo pequenos programas que duram cinco minutos por dia sobre tópicos como melhorar o foco, como dormir melhor à noite e como conversar com alguém. Todos os programas são desenvolvidos por médicos e académicos. O cofundador e CEO da start-up, Nick Taylor, é psicólogo clínico. Até o momento, 89% dos funcionários que usam o Unmind relataram melhorias no seu bem-estar.
O intuito destas aplicações não é só ajudar os que estão a necessitar de apoio imediato, mas também auxiliar outras as pessoas a serem mais produtivas, bem como os líderes.