Start-up portuguesa iLoF assina contrato no Reino Unido para investigar Alzheimer

A tecnologia desenvolvida pela iLoF vai ser utilizada no Bio-Hermes-002, um estudo clínico internacional para o tratamento da doença neurodegenerativa, na sequência de a empresa ter sido escolhida através de um programa da Innovate UK.
A start-up portuguesa iLoF anunciou que assinou um contrato de investigação clínica, no valor de 1,5 milhões de dólares (cerca de 1,4 milhões de euros), com a agência estatal de inovação do Reino Unido, a Innovate UK. A empresa com sede no Porto vai apoiar na investigação de tratamentos para a Alzheimer.
Especializada em tecnologia (deep tech), a iLoF desenvolveu uma plataforma digital – a Optomics – que combina Inteligência Artificial (IA) e fotónica avançadas para recolher quantidades de dados em massa e construir uma biblioteca digital de biomarcadores e perfis biológicos abrangentes cujo intuito é facilitar a descoberta e o desenvolvimento de medicamentos personalizados.
É mesmo esta expertise que a iLoF vai levar a Terras de Sua Majestade. A Optomics vai ser utilizada no Bio-Hermes-002, um estudo clínico internacional para o tratamento da doença de Alzheimer, na sequência de a startup ter sido escolhida através do programa “Contracts for Innovation” da Innovate UK.
A investigação Bio-Hermes-002, que decorre em mais de 30 centros clínicos nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, é liderada pela organização norte-americana Global Alzheimer’s Platform Foundation (GAP) e conta com mais de mil participantes. Os dados extraídos vão ser processados pela tecnologia made in Portugal.
Segundo a equipa de empreendedores da saúde, o diagnóstico precoce de Alzheimer, uma doença que afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo, é “crucial” para permitir que as pessoas tomem medidas que mitiguem a progressão da patologia neurodegenerativa.
Na opinião do CEO e cofundador da iLoF, o acesso a este conjunto de dados “uma oportunidade única, de importância vital para expandir a nossa crescente biblioteca de perfis biológicos, bem como para permitir explorar outras aplicações para a Optomics”. “O objetivo é aumentar a sensibilidade da Optomics a uma gama mais vasta de perfis biológicos, permitindo-lhe enfrentar desafios maiores e mais complexos, e aumentar o seu impacto na luta contra a doença de Alzheimer”, explicou Luís Valente.
Já o presidente da GAP, John Dwyer, diz que esta “colaboração transatlântica” através da iLoF “contribuirá para melhorar a investigação para o diagnóstico e o tratamento desta doença grave”. “A nossa equipa de profissionais altamente talentosos trabalha diariamente para mitigar uma doença que está rapidamente a agravar-se em número de pessoas afetadas. Este reconhecimento fortalece a nossa confiança na missão e aprofunda o nosso compromisso em revolucionar o tratamento e diagnóstico da doença de Alzheimer”, afirma, por sua vez, a cofundadora e COO da iLoF, Mehak Mumtaz, em comunicado divulgado aos meios de comunicação social.