Portugal tem falta de recursos com competências digitais, revela EY

O “Observatório EY: Portugal Digital” acaba de revelar que as empresas nacionais estão preocupadas com a falta de recursos humanos com competências digitais.
A EY analisou o comportamento dos consumidores portugueses e da economia digital nacional no seu mais recente estudo “Observatório EY: Portugal Digital” e as conclusões revelam pistas sobre o panorama português neste domínio.
A começar pela preocupação presente em quem lidera empresas ou desempenha cargos relacionados com a área digital. Ou seja, 74% dos inquiridos enfrenta problemas graves de falta de recursos humanos com as competências necessárias para dar resposta aos desafios colocados pela revolução digital.
Por outro lado, referem o atraso da economia nacional relativamente a outros países desenvolvidos. 79% dos líderes de opinião em digital preocupa-se com a falta de investimento das empresas na experiência digital dos clientes, enquanto 74% considera que os gestores de topo não têm conhecimento suficiente sobre experiências digitais para identificar as oportunidades de mercado e, consequentemente, definir estratégias de sucesso suportadas no digital.
Como explica Bruno Padinha, EY Advisory Leader, o estudo mostra “que a maioria dos portugueses já adotou um estilo de vida digital, utiliza intensivamente dispositivos móveis e procura incessantemente conteúdos online, particularmente através das redes sociais, mas também já com interesse no comércio eletrónico”.
Consumidores mais digitais
Já no que respeita aos hábitos digitais dos consumidores, o “Observatório EY: Portugal Digital” conclui que 86% por portugueses usa regularmente smartphones ou tablets na rua, na casa de banho e enquanto vê televisão. Além disso, 28% assume-se dependente dos smartphones, com destaque para os consumidores mais jovens.
Apesar da cada vez maior consciencialização dos efeitos adversos dos equipamentos digitais, por exemplo, na qualidade do sono, os consumidores assumem que o digital tem um impacto muito positivo nas suas vidas.
65% dos consumidores inquiridos nesta pesquisa da EY, mostrou-se preocupado com os níveis de assédio e de trolling online (cyberbullying), indiciando um número elevado de experiências online negativas.
O estudo revela também que, globalmente, os consumidores são mais exigentes no que concerne às suas experiências digitais, e que apenas 32% avalia positivamente a experiência digital na relação com o Estado e serviços públicos. Nesta item, destaca-se, pela positiva, a relação online com a Administração Tributária, avaliada positivamente por 46% da amostra do estudo.
“Os consumidores portugueses pedem um Estado mais interventivo face às avaliações negativas das medidas de proteção existentes, uma questão apontada maioritariamente pelos jovens e mulheres. Por outro lado, 63% dos consumidores preocupa-se com a sua privacidade, com 81% da amostra a pedir mais transparência às empresas no que se refere à utilização dos dados que partilha online”, conclui Bruno Padinha.