Maior fundo do mundo quer mais mulheres a liderar empresas
É da Noruega, vale 1,3 mil milhões de dólares (1,07 mil milhões de euros), conta com a participação de mais de 9 mil empresas, incluindo de Portugal, e acaba de anunciar que quer mais mulheres a ocuparem cargos na gestão de topo.
É o maior fundo do mundo, um dos maiores investidores do globo, detém participações em cerca de 9200 empresas, e 1,5 por cento de todas as ações que existem pertencem-lhe.
Na Noruega é considerado o fundo das gerações futuras, ou seja, quando o petróleo, uma das principais fontes de riqueza do país acabar, a Noruega quer garantir que esses recursos foram utilizados a pensar nas próximas gerações.
Este fundo pede agora às empresas, que tenham na gestão um dos géneros representado em menos de 30 por cento, que criem objetivos para alterar esta desigualdade. “Podemos escrever isto de forma delicada, mas é muito claro o que pensamos”, disse à Reuters o responsável pelo fundo Nicolai Tangen.
“O que queremos ver é uma melhor representação das mulheres nas administrações”, acrescentou Carine Smith Ihenacho, diretora de gestão e conformidade do fundo. “A diversidade é boa para a administração porque traz uma melhor perspetiva, é melhor para a tomada de decisões e cada vez mais importante para a legitimidade das empresas”, afirmou.
Smith Ihenacho disse ainda que a falta de representação feminina “também pode ser uma bandeira vermelha, sinal de que uma empresa não tem um bom processo para recrutar os melhores”.
A Noruega foi o primeiro país em todo o mundo, já em 2003, a impor uma quota de género, ao exigir que cerca de 500 empresas, incluindo 175 cotadas na bolsa de Oslo, tenham pelo menos 40 por cento de mulheres do topo da gestão.
O fundo norueguês tem também dado alguns passos para que os seus investimentos estejam em linha com os objetivos de desenvolvimento sustentável. Recentemente também foi noticiado que o fundo soberano da Noruega vendeu as últimas participações que tinha em cotadas das energias não renováveis (petróleo e gás). Recorde-se que este fundo foi criado para investir os lucros que o país tinha com a indústria petrolífera.