Fórum Económico Mundial elege as 10 mulheres para estar de olho em 2024
Ativistas, CEOs ou empreendedoras. Estes são alguns exemplos de mulheres, notáveis nas suas áreas, que este ano prometem fazer a diferença no mundo, destaca o WEF.
“Investir nas Mulheres: Acelerar o Progresso” é o tema do Dia Internacional da Mulher que se assinala hoje e a propósito do qual o Fórum Económico Mundial, ou World Economic Forum (WEF), listou um conjunto de mulheres, de várias nacionalidades, que prometem fazer a diferença este ano e às quais devemos estar atentos.
Igualdade de género, diversidade e representação continuam a ser indicadores importantes se considerarmos que, como salienta o Relatório Global sobre Desigualdades de Género de 2023 do Fórum Económico Mundial, serão precisos 131 anos para alcançar a plena paridade de género. Não só o aumento da representação das mulheres na política está intrinsecamente ligado à igualdade jurídica e às oportunidades económicas, como a diversidade na representação é um símbolo poderoso para as mulheres e raparigas em todo o mundo. A igualdade de género continua a ser um dos maiores desafios dos direitos humanos, e a diversidade na representação é importante.
Eis as 10 mulheres – de setores como política, ativismo, empreendedorismo ou empresarial – que o WEF identificou como exemplo de agentes de mudança não só nas suas áreas de atividade como no mundo.
Tem 21 anos, é ativista pela justiça climática e faz parte da comunidade indígena Otomi-Tolteca no México.
Desde a cofundação da Iniciativa Re-Earth até à organização do Fridays For Future, juntamente com outros jovens ativistas, Xiye Bastida está a utilizar a sua plataforma para destacar a interseccionalidade da crise climática.
Recebeu o Prémio Espírito da ONU 2018, e em janeiro deste ano falou na 54.ª Reunião Anual do Fórum Económico Mundial, em Davos, sobre as suas esperanças de que a sua geração seja a última a depender dos combustíveis fósseis.
A egípcia Amani Abou-Zeid foi reeleita Comissária para Infraestruturas e Energia na Comissão da União Africana em 2021.
No âmbito da sua atuação neste organismo, promoveu programas como o o Single African Air Transport Market e a Broadband Commission for Africa, ambos centrados no fortalecimento da ligação de África.
Amani Abou-Zeid também ocupou cargos de liderança em organizações como o Banco Africano de Desenvolvimento e o UNDP. Este ano foi também uma das oradoras em Davos.
Como diretora-geral para África e Parcerias Globais do World Resources Institute (WRI), Wanjira Mathai utiliza a sua plataforma para abordar questões globais como a desflorestação e o acesso à energia.
Atualmente, faz parte do board do World Agroforestry Centre (ICRAF),e do conselhod e liderança da Clean Cooking Alliance, uma rede global que torna alimentação limpa acessível a 2,3 bilhões de pessoas em todo o mundo.
Filha de Wangari Maathai, fundadora do Green Belt Movement e a primeira mulher africana a ganhar o Prémio Nobel da Paz, Wanjira Mathai dá continuidade ao legado da mãe, para criar um mundo melhor.
Nomeada Alteza Real em 2019, a Princesa Reema Bandar Al-Saud é a primeira mulher na história da Arábia Saudita a ocupar o cargo de embaixadora nos Estados Unidos.
Forte defensora do empoderamento feminino e da igualdade de género na Arábia Saudita é, desde 2017, membro do conselho consultivo do Banco Mundial para a iniciativa Women Entrepreneurs Finance Initiative, que tem como objetivo abordar a lacuna de financiamento enfrentada pelas empreendedoras nos países em desenvolvimento.
Reema Bandar Al-Saud também é membro do Gender, Equality & Inclusion Commission desde 2018, defendendo o desporto como uma “força poderosa para o avanço das mulheres”.
Como fundadora da Girls Who Code e da Moms First, a norte-americana Reshma Saujani dedicou a sua carreira a lutar pela igualdade de género.
A Girls Who Code, que já ensinou programação a mais de 580 mil alunos, tem vindo a trabalhar no sentido de eliminar a disparidade de género na tecnologia.
No final do ano passado, a Moms First lançou o PaidLeave.ai, um chatbot de IA projetado para ajudar os pais e cuidadores nova iorquinos a descobrir a quanto tempo de folga remunerado têm direito.
Reshma Saujani é ainda copresidente do Global Future Council on the Future of Care Economy do WEF.
Foi a primeira vice-primeira ministra de Espanha e agora é a primeira mulher presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI).
Em 2020, liderou a resposta económica de Espanha à pandemia com um pacote 217 mil milhões de dólares e geriu o pacote de ajuda à pandemia da União Europeia.
Este ano esteve na conferência de Davos para falar sobre a importância de mobilizar investimento para enfrentar os desafios globais.
Vencedora do Prémio Nobel da Paz em 2023, a iraniana Narges Mohammadi viu reconhecido o seu trabalho de luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”.
Atualmente, cumpre diversas sentenças na prisão de Evin, em Teerão.
Foi o marido, o jornalista e ativista Taghi Rahmani, que este ano na conferência de Davos apelou aos líderes mundiais para que tornem os direitos das mulheres uma “parte inseparável de quaisquer acordos” que venham a fazer com o Irão.
A holandesa Karien van Gennip, vice-primeira ministra e ministra dos Assuntos Sociais e Emprego, usou a sua carreira para defender oportunidades equitativas e inclusão.
O seu portefólio abrange desde políticas de mercado de trabalho até esquemas de assistência infantil e benefícios infantis.
Gennip defende que “dar oportunidades iguais às pessoas é o que realmente me motiva. Igualdade de oportunidades de trabalho, renda e uma carreira saudável e sustentável”.
Arancha González Laya é Dean da Paris School of International Affairs at Sciences Po, e ex-ministra de Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação da Espanha, cargo onde defendeu uma política externa feminista.
Adepta do empoderamento económico das mulheres, foi uma das fundadoras da SheTrades, uma iniciativa concebida para capacitar as mulheres através de uma maior integração no comércio e investimento globais.
De assistente social a defensora dos direitos humanos, a advogada australiana Tirana Hassan é diretora executiva da Human Rights Watch.
Especialista na proteção dos direitos humanos em conflitos e crises, entre 2015 a 2020 foi diretora de resposta a crises da Amnistia Internacional.
Supervisionou o desenvolvimento de utilizações inovadoras da tecnologia para avançar nas investigações de direitos humanos em todo o mundo.