Europa precisa de mulheres empreendedoras, conclui estudo

Fique a conhecer os quatro pontos mais importantes que constam no mais recente relatório europeu sobre o ecossistema das start-ups.

Entre os 10 principais ecossistemas globais de start-ups, Paris e Berlim aparecem como os que possuem um número menor de mulheres empreendedoras. Já de Frankfurt, Belgrado e Helsínquia chegam notícias mais encorajadoras, emergindo com pólos tecnológicos globais, de acordo com um relatório elaborado pela Start-up Genome e pela Global Entrepreneurship Network.

O Relatório Global de Ecossistemas de Start-ups 2019 é “baseado em dados primários e secundários recolhidos em mais de 10 mil fundadores e mais de um milhão de empresas espalhadas por 150 cidades do mundo”, de acordo com os autores desta análise.

Fora do ranking das top 10, o relatório mede uma diversidade de aspetos que afetam as start-ups globais, um setor de mercado que, segundo a Startup Genome, representou 2.8 triliões de dólares entre 2016 e 2018.

A Entrepeneur analisou este relatório e identificou quatro tópicos principais a reter deste documento.

  1. Paris e Berlim precisam de incentivar o empreendedorismo feminino

Paris e Berlim ficaram em nono e décimo lugares no ranking global de ecossistemas baseado em fatores como financiamento, alcance de mercado e desempenho. Contudo, de acordo com este estudo, as mulheres representam apenas 8% dos fundadores parisienses e 9% entre os de Berlim, o que significa cerca de metade da média global.

Outros ecossistemas deste top 10 ranking, tais como Nova Iorque e Xangai, contam com quase um quarto do total de mulheres empreendedoras. Por outro lado, nenhum dos quase 80 ecossistemas analisados relatou igualdade de género ou maioria feminina nesta área.

O ponto mais promissor em termos de inclusão foi identificado na região oriental da Irlanda que engloba os condados de Meath, Kildare e Wicklow. O ecossistema de start-ups nesta área foi o mais bem classificado no que diz respeito a representação feminina e ficou empatado com Chicago (EUA) com taxas acima dos 25%. Nenhuma outra região da Europa atingiu os 10 principais ecossistemas com a maior percentagem de mulheres fundadoras.

  1. O foco de Frankfurt em tecnologia financeira

A cidade que alberga o Banco Central Europeu, bem como as sedes de 85 bancos internacionais, Frankfurt é conhecida como um importante centro financeiro na Alemanha. A sua realidade tecnológica é relativamente pequena, com apenas 300 a 500 start-ups. Contudo, a maioria delas está focada em tecnologia financeira.

De acordo com este relatório, Frankfurt acolhe inúmeros aceleradores de tecnologia financeira e cerca de “metade do investimento de capital de risco é dirigido a este sub-setor”. A start-up mais popular da cidade, a 360T, opera online  e foi comprada pela Deutsche Börse em 2015 pela quantia de 800 milhões de dólares, que acaba de adquirir, por 100 milhões de dólares, uma outra empresa americana com o objetivo de expandir o negócio para os EUA.

  1. Blockchain nos Balcãs

De acordo com este relatório a Sérvia está no ranking dos cinco maiores países do mundo no desenvolvimento de blockchain e entre os cinco principais ecossistemas emergentes do mundo para a distribuição tecnológica. Este fator conjuntamente com o talento tecnológico a preços acessíveis e o aumento de financiamento em infraestruturas técnicas por parte do governo, fazem da Sérvia um país atraente para o lançamento de um empreendimento nesta área de negócio.

  1. Helsínquia debaixo de olho

Um dos assuntos que se destaca no relatório é o facto dos seus autores, em vez de encontrarem apenas um duplicado de Silicon Valley, preverem a existência de 30.

“Em vez de um ou dois novos pólos (tecnológicos para além de Silicon Valley), existirão 30. Existirão também pequenos aglomerados em diferentes locais que, não acumulando a mesma densidade que a Bay Area, se destacam acima da massa crítica”, citando Sam Altman, da Y Combinator e OpenAI.

Atualmente, os 30 principais ecossistemas de start-ups seriam boas apostas pare evoluir para futuros hubs de start-ups. Mas o relatório referenciou outros que também deveriam ser levados em consideração. Entre eles, Helsínquia, no Norte da Europa.

Enquanto esta análise comparativa revela que os construtores de ecossistemas ainda não podem descansar, um mérito permanece: os dados revelam que o “Velho Continente” é mundialmente pioneiro no número de ecossistemas de crescimento elevado. E enquanto nos EUA não se registaram ecossistemas com um crescimento tão grande, a Europa lidera o “número de ecossistemas de crescimento elevado em todas as fases”, segundo este documento.

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