Europa lidera no “ranking” dos telhados verdes
Vários países europeus estão a liderar a tendência de criar “telhados verdes”, ecológicos e energeticamente mais sustentáveis.
A Europa, tal como outras partes do mundo, assiste à proliferação de novas soluções que visam a sustentabilidade energética. A utilização dos telhados ou topo dos edifícios para criar espaços verdes, sejam jardins ou hortas, é uma dessas tendências.
As vantagens desta técnica estão continuamente a ser testadas, e um estudo feito no ano passado, pela Universidade de Tecnologia de Sydney descobriu que os telhados verdes, quando combinados com painéis solares, além de aumentarem a biodiversidade e a produção solar em 107%, também reduziram as temperaturas dos edifícios em cerca de 8 °C.
Já no início deste ano, um outro estudo demonstrou que adicionar cinzas vulcânicas nestes espaços estabiliza as temperaturas, mantém as ervas daninhas afastadas, torna os telhados mais resistente às condições climáticas extremas e drena melhor a água. Além disso, requer pouca manutenção. Em suma, com benefícios comprovados, entre os quais biodiversidade, eficiência energética e gestão de águas pluviais, o futuro dos telhados verdes parece promissor.
Em termos práticos, na Europa a pesquisa e o desenvolvimento de produtos neste setor têm sido significativos ao longo dos anos, com países como a Alemanha, Suíça e a região da Escandinávia a liderarem a maior fatia dessas pesquisas. Já a França, tornou-se, em 2015, o primeiro país a aprovar uma lei nacional exigindo que os telhados de novos edifícios em zonas comerciais tenham plantas ou painéis solares.
Em cidades como Estugarda (Alemanha) e Copenhaga (Dinamarca) é visível a proliferação de telhados verdes na maioria dos novos projetos de construção. Ainda no caso da Alemanha, a BuGG – Associação Alemã de Construção Verde, revelou que o país, acumulou aproximadamente 3,1 milhões de quilómetros quadrados de área de telhados verdes até 2020, ficando aquém de apenas 8% da área total coberta do país.
Mas apesar da crescente preocupação ambiental e consciencialização para a neutralidade carbónica, os telhados verdes enfrentam barreiras significativas como o investimento e os custos associados, ainda que alguns países tenham adotado programas oficiais de incentivo à instalação.
Já nos Estados Unidos, a pesquisa sobre telhados verdes começou mais tarde do que na Europa, mas apesar disso, em 2023, a indústria dos telhados verdes cresceu mais de 45%, com cerca de 1.215 projetos. Por exemplo, Chicago é a cidade com mais telhados verdes do país. No ano passado, instalou cerca de 56.000 metros quadrados de telhados verdes e planeia mais 600 projetos para aumentar total para cerca de 650.000 metros quadrados.