Empresas não envolvem colaboradores e clientes nos propósitos corporativos

Apesar de 80% das empresas afirmar ter um propósito corporativo definido, a maior parte não envolveu os colaboradores e os clientes nesse processo, concluiu um estudo da LLYC.

Apesar de 81% das empresas afirmarem já ter um propósito definido e de 88% considerar importante ouvir os seus stakeholders, apenas 27% envolveram os colaboradores e 9% os clientes na definição daquele que é o seu propósito corporativo. Estas são algumas das conclusões de um estudo realizado pela LLYC em Portugal, Espanha e América Latina designado “Propósito Partilhado: Um caminho para ultrapassar a crise”, um trabalho realizado entre 10 de fevereiro e 2 de março deste ano, e que envolveu mais de 80 CEO de empresas em diferentes mercados e setores de atividade com o objetivo de conhecer a visão de liderança das organizações.

Destaque para o facto da maioria das empresas ter afirmado que definia o seu propósito corporativo de forma unilateral, ou seja, sem consultar os seus stakeholders. Ainda assim, 88% dos inquiridos apontaram como muito importante para os stakeholders a formulação deste propósito, mas só uma pequena parte consultou aqueles que mais influenciam a sua reputação corporativa.

Verificou-se também um desalinhamento entre os assuntos que comunicam de forma proativa e as expetativas dos cidadãos. As questões da sustentabilidade ambiental são disso exemplo, com o estudo a concluir que as empresas dão significativamente mais importância ao tema do que o cidadão/consumidor comum. Um em cada quatro tweets das empresas centra-se nestas temáticas deixando de parte questões como o combate à pobreza, a saúde e a justiça social.

Por outro lado, 50% das empresas revelou ainda não ter indicadores ou objetivos para medir a performance do seu propósito corporativo, contra 95% que referiu que este propósito está bastante ligado à sua estratégia de negócio.

“Este estudo veio mostrar-nos de forma clara que não basta às organizações terem um propósito. É preciso dialogar de forma bilateral com os stakeholders, integrar as várias perspetivas neste exercício, assim como a própria estratégia de negócio e a comunicação da empresa. E, claro, ter indicadores que permitam medir o seu progresso em todas as áreas porque o propósito pode ser algo tangível e como bastante impacto na performance da empresa e na sua legitimação social”, justificou Tiago Vidal, sócio e diretor-geral da LLYC em Portugal.

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