Empreendedores jovens escolhem o Interior para criar negócios

Um estudo desenvolvido pela NERVIR e pela AEBB concluiu que os jovens empreendedores optam por instalar os seus negócios nas regiões do interior do país.

Os jovens empreendedores, com idades entre os 18 e os 29 anos, optam por permanecer nas regiões do interior do país devido ao custo de vida mais favorável, ao ritmo de vida mais calmo e aos aspetos etnoculturais e de pertença à região. Quem o afirma é o estudo “Novas ideias de negócios de base regional: startups diferentes para resultados diferentes”, um trabalho desenvolvido, no âmbito do projeto YEB – Young Entrepreneurs Boosting, pela NERVIR – Associação Empresarial (Vila Real) e pela AEBB – Associação Empresarial da Beira Baixa (Castelo Branco).

Responder à necessidade de ampliar o conhecimento relativo ao espírito empreendedor em territórios de baixa densidade, concretamente Vila Real, Bragança e Castelo Branco, é o objetivo deste estudo que, além disso, pretende abordar as diferenças nas formas de empreender em territórios do interior, pesquisando atitudes, perceções, base motivacional, perceção das políticas públicas e framework institucional, propensão à adoção de novas tecnologias e práticas de trabalho, perceção sobre os principais desafios com que os empreendedores se deparam na implementação de novas ideias e formas de negócio.

As principais conclusões do estudo revelam que cerca de 13,4% dos jovens residentes nos distritos de Bragança, Vila Real e Castelo Branco podem ser identificados como empreendedores (existirão no total do universo regional cerca 8.000 jovens nesta condição), sendo que 53% das suas empresas se encontra ainda em fase “emergente”. 40% destes jovens empreendedores já têm negócios que se podem considerar estabelecidos.

Dos jovens empreendedores da Região, 77% são os únicos sócios da sua empresa, e dois em cada três negócios estão focados no mercado local. Acresce ainda que a maioria dos negócios lançados pelos jovens dos três distritos em análise são, na sua própria avaliação, modestamente inovadores e tecnológicos (o que sugere que estarão alocados a setores bastante tradicionais, de pequenos negócios).

O estudo revela também que estes jovens empreendedores consideram que os media, e a própria comunidade, não dão o devido realce e reconhecimento aos empreendedores. O chamado efeito rule model (seguir o exemplo de outros empreendedores ou empresários de referência da sua Região) é assumido como desejo, por 55% dos atuais jovens empreendedores.

Apesar da taxa de empreendedorismo determinada no universo dos jovens residentes nos distritos de Bragança, Vila Real e Castelo Branco se situar em cerca de 14%, o estudo concluiu que 59,5% destes jovens considera possuir qualidades pessoais para ser empresário.

Essas qualidades serão, de acordo com a sua auto descrição, ter “faro para o negócio” possuir capacidades de “bom gestor” (15,2%) e deter “competência técnica” (16,8%) ou deter skills de “comunicação” (24,5%) e ser “bom gestor” (20,8%).

Porém, 56,5% dos jovens acha que as oportunidades que existem para se começar um negócio no geral, são muito poucas e, ao nível da Região, a opinião negativa sobre a existência de “boas oportunidades” aumenta para 68,9%, sugerindo assim um estigma da Região com um efeito negativo na leitura sobre as oportunidades existentes.

Em termos de motivação, os findings apontam no sentido de que o maior fator de motivação dos atuais jovens empreendedores regionais está ligado à autorrealização, seguida da criação do próprio emprego e da vontade de contribuir para um mundo melhor.

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