As áreas de interesse de alguns investidores para 2019
Conheça as áreas a que alguns investidores de capital de risco vão estar atentos nos próximos 12 meses.
2018 foi um bom ano para as start-ups da Europa. Um relatório revelou que, nos últimos cinco anos, houve um aumento de 460% no investimento em tecnologia europeia. A acrescentar a isto temos a injeção de 20,25 mil milhões de euros em start-ups do continente. A análise revelou um contínuo crescimento do cenário tecnológico, pelo que há razões para os empreendedores europeus estarem otimistas em relação aos meses que se avizinham.
Contudo, a Forbes noticia que é difícil ignorar a discrepância entre a rapidez da inovação tecnológica e as mudanças que ocorrem na sociedade – que não são suficientes para acompanhar estas céleres alterações. A publicação norte-americana entrevistou alguns investidores de capital de risco europeus, de forma a obter os seus insights sobre o que poderá acontecer nos próximos doze meses.
Acabou o tempo das “vacas gordas”. Em relação ao problema do desenvolvimento de tecnologia inovadora, Alex Dunsdon, partner da SAATCHiNVEST acredita que este ano será marcado pela transformação das “empresas gordas em empresas atléticas”. Isto porque, segundo o investidor de capital de risco, nos últimos anos as start-ups tiveram uma facilidade desmesurada de acesso a capital, o que levou a comportamentos abusivos.
Abranger novas áreas de negócio. Já Fred Destin, fundador do Stride VC, diz estar entusiasmado por o mundo do venture capital começar a abranger todas as indústrias, especialmente as que não são digitais. Destin aponta como tendência secundária o papel importante que as firmas de capital de risco vão ter no apoio a negócios mais tradicionais. Para além disso, aponta que o desenvolvimento em tecnologias como o machine learning permitirá criar empresas mais rapidamente, e com mais eficiência, e que o ecossistema de start-ups britânico vai sair impune do Brexit.
Interseção de tecnologias. Para outros investidores, como é o caso de Irina Elena Haivas, principal da Atomico, 2019 será um ano de progresso em que surgirão novos desenvolvimentos em projetos de deep tech capazes de inovar na interseção de várias disciplinas/tecnologias. A investidora diz-se especialmente entusiasmada com a ligação do hardware e da computação com data e biologia, o que, refere, poderá criar oportunidades no apoio de projetos que vão ao encontro da resolução de problemas como a sustentabilidade e a saúde.
Implementação de blockchain e IoT. Do lado da Delin Ventures, Jonathan Hay, partner da firma de investimento, antevê a implementação das infraestruturas de blockchain e IoT que têm estado em desenvolvimento nos últimos anos, algo que vai mudar por completo as redes de fornecimento. O investidor prevê ainda desenvolvimento na área da computação.
Informação (data) continua a ser o petróleo do século XXI. Vica Manos, diretor da Anthemis Group, refere à Forbes que, na sua opinião, tudo gira ainda em torno da informação, especialmente nas áreas de seguros de saúde, de vida e de cuidados médicos. Segundo este VC, estamos numa fase em que a ciência dos dados e a inteligência artificial nos permite quantificar coisas que anteriormente eram subjetivas ou impossíveis de medir. Quando utilizadas em conjunto, estas tecnologias serão fulcrais para o desenvolvimento de soluções que permitirão diagnosticar doenças neurodegenerativas e mentais quando estas se encontram numa fase bastante inicial.
Automação. Para Julien-David Nitlech, partner da Iris Capital, o interesse passa pela automação e pela robótica, visto que estas novas tendências estão a transformar cada vez mais indústrias, o trabalho e a produção. Para além disso, acredita que a área da saúde vai abraçar mais rapidamente as novas tecnologias como a inteligência artificial.