Entrevista/ “Economia criativa” na mira dos investidores internacionais
Em Silicon Valley, os investidores olham cada vez mais para os criadores como o próximo filão financeiro a explorar.
Os investidores norte-americanos estão cada vez mais de olho na chamada “economia criativa”, ou seja, no mercado, ainda pouco explorado, de ferramentas digitais para influencers ajudando-os a gerir os seus negócios. A constatação é do New York Times que cita alguns exemplos de empresas que fazem essa avaliação de mercado. Por exemplo, a empresa de capital de risco SignalFire estima que 50 milhões de pessoas em todo o mundo se consideram criadores de conteúdo. Já o The Information, site de tecnologia, prevê que, já este ano, as empresas de capital de risco investiram 2 mil milhões de dólares em 50 start-ups focadas nos criadores e na economia criativa.
O New York Times cita o exemplo da capital de risco Founders Fund que, há cerca de um mês, liderou uma ronda de investimento de 15 milhões para a Pietra, uma start-up destinada a ajudar influenciadores a lançarem linhas de produtos.
Em abril deste ano, também a Seven Seven Six, uma capital de risco gerida por Alexis Ohanian, cofundador da Reddit, e a Bessemer Venture Partners anunciaram um investimento de 16 milhões de dólares na PearPop, uma plataforma que ajuda os criadores a monetizar as suas colaborações e interações nas redes sociais.
Mas a aposta dos investidores não fica por aqui. No início deste ano, a firma de capital de risco Andreessen Horowitz liderou um investimento na Stir, uma plataforma que ajuda os criadores a gerirem a forma como ganham dinheiro, avaliando a empresa em 100 milhões de euros.
Recorde-se também o caso da Clubhouse, o “peso pesado” deste jovem mercado, e que gerou um intenso buzz de Silicon Valley para o mundo dos media e do entretenimento. Esta rede social, que requer convite para entrar, foi construída em torno de salas de chat exclusivamente de áudio e, em abril deste ano, gerou 200 milhões de dólares numa ronda de financiamento liderada pela Andreessen Horowitz, que avaliou a empresa em cerca de 4 mil milhões de dólares.
Plataformas como Spotify, Twitter ou Facebook estão na corrida para acompanharem a inovação destas novas start-ups. O Spotify, por exemplo, anunciou recentemente uma nova aplicação de áudio ao vivo, a Greenroom (concorrente do Clubhouse), que criou depois de adquirir a Locker Room. Por sua vez, o Twitter também já apresentou o Twitter Space, seu rival direto do Clubhouse.