Altran apresenta novo centro de dados e de inteligência artificial

O World Class Center de Analytics da Altran e da Tessela foi apresentado ontem, em Lisboa, num evento onde se falou de AI&Data Science.
A Altran Portugal organizou um evento que reuniu responsáveis da empresa, da Tesselo, da Agência Nacional de Inovação (ANI) e da Vodafone para discutir o tema da inteligência artificial e data science em Portugal e ao mesmo tempo apresentar o Tessella-Altran World Class Center Analytics, o novo centro de dados e inteligência artificial em Portugal que visa responder à crescente procura no mercado por estas áreas. No nosso país, o World Class Center Analytics estará presente nos escritórios da Altran, em Lisboa e no Porto, com uma equipa inicial de 35 especialistas, mas com o com o objetivo de atingir 100 experts até ao fim de 2019.
Como explicou Bruno Cassadinho, COO da Altran, “ aposta na área da Inteligência artificial e na ciência de dados é uma oportunidade extraordinária para os nossos clientes desenvolverem novos serviços disruptivos, assim como tornarem os seus negócios mais digitais”. E, acrescentou, “a abertura de um World Class Center dedicado a estas áreas, sob a liderança de Bruno Coelho, segue a nossa estratégia de colocar Portugal na linha da frente da tecnologia disruptiva. Os nossos clientes vão beneficiar daquilo a que chamamos uma tríade exponencial. Uma equipa analítica local e dedicada, com historial, gerida pelos experientes João Neves e Hélder Pinheiro, e apoiada pela rede global de talentos da Tessela que fornece a melhor engenharia e consultoria do mercado”.
Já Mark Kirwan, CEO da Tessela, frisou que este investimento na presença no mercado europeu aumenta a capacidade de garantir resultados extraordinários no que se refere à ciência de dados. “Deixa-me orgulhoso o facto dos clientes da Altran em Portugal poderem agora beneficiar do talento local, bem como ter acesso a toda a organização Tessella”. De acordo como CEO da empresa, representa o forte impulso em que se encontra o Grupo Altran no sentido de oferecer aos clientes soluções de valor acrescentado, conforme foi apresentado recentemente na estratégia High Road 2022.”
A aposta nacional em Inteligência Artificial
A par desta apresentação, o evento AI&Data Science reuniu nomes como Célia Reis, CEO da Altran Portugal, Marta Candeias, da Agência Nacional de Inovação (ANI), João Nascimento e Chief Technology Officer da Vodafone Portugal, John Godfree, Head of Consulting da Tessella.
A representante a Agência Nacional de Inovação (ANI) fez uma análise do investimento em inteligência artificial (IA) no mundo e lembrou que os Estados Unidos, a China e o Canadá estão a ter um forte investimento nesta área, mas que apesar da Europa não conseguir, provavelmente, atingir os valores que estes países estão a investir, “temos outras vantagens, temos o esforço conjunto e a diversidade que nos poderá ajudar a conquistar a liderança face às outras potencias”.
Marta Candeias lembrou que em abril de 2018 foi lançado o plano de ação de coordenação de investimento para a inteligência artificial na Europa e que Portugal assinou esta declaração comprometendo-se, conjuntamente com os restantes países, a desenvolver uma estratégia nacional para aumentar o investimento em inteligência artificial. Portanto, frisou, “vai haver um esforço a nível europeu e um esforço individual de cada Estado-membro, daí a força que poderemos conseguir para competir a nível internacional”.
Esta profissional referiu que Portugal já tem tradição de investimento e desenvolvimento a nível da inteligência artificial e que existem projetos que têm impacto em diferentes áreas como, por exemplo, eficiência energética, infraestruturas críticas, transportes, mobilidade… Mas Portugal pretende aumentar ainda mais o impacto em IA em áreas que identificou como prioritárias como sejam o espaço, transportes, aeronáutica, energia, biodiversidade, cidades inteligentes, entre outras.
Para Portugal, o importante é apostar nas tecnologias emergentes de inteligência artificial. A nível dos recursos humanos, Marta Candeias frisou que Portugal “está um pouco acima da média europeia no que diz respeito às start-ups que utilizam esta tecnologias, tem elevado a colaboração internacional ao nível da investigação e da inovação, existe uma elevada empregabilidade nas start-ups e nas nossas empresas e, a nível de infraestrutura, Portugal também tem uma boa capacidade de formação”.
Explicou também que o programa definido para o nosso país tem objetivos claros: aumentar o crescimento económico, promover a excelência científica e o desenvolvimento dos recursos humanos a nível de IA (e pretende com esta estratégia aumentar número de empresas), a colaboração entre o sistema científico e tecnológico e o setor público. Além de promover o awareness das competências em IA em toda a sociedade e, finalmente, construir uma visão clara para a importância e para o impacto da IA em Portugal.
Como ações para implementar esta estratégia, “que ainda está a ser desenhada , embora já esteja muito próxima do final, provavelmente será publicada e anunciada em julho deste ano”, revelou a representante da ANI, vai haver um reforço dos programas de financiamento a nível da inovação, especificamente para a área de IA. “Vai-se promover o apoio a instalações de teste, o desenvolvimento e transferência de tecnologia através dos digital inovation hubs, aumentar o voucher de inovação, apoiar e melhorar as condições de trabalho através de programas de qualificação, muitos deles em colaboração com empresas, e, para atrair e reter talentos, realizar campanhas internacionais. Estas são algumas da ações que estão previstas na estratégia para a IA em Portugal”, explicou.
Marta Candeias referiu, ainda, que neste documento estratégico foram identificadas também algumas áreas de especialização em que Portugal pode ser competitivo internacionalmente e também áreas de inovação e investigação para se promover a participação em ambientes internacionais (cidades inteligentes, ambiente e biodiversidade, mobilidade, saúde, indústria, cibersegurança).
“Esperamos que esta estratégia seja o sinal de um compromisso que Portugal está a apresentar nesta área e nestas indústrias. A nível europeu, até ao final de 2020, é esperado que exista um investimento na ordem dos 20 mil milhões de euros e é esperado que cada um dos Estados-membros tente chegar a mil milhões de euros. No plano nacional, ainda estamos a ver a que nível conseguimos fazer o nosso investimento, mas pelas ações apresentadas já se verifica que haverá algum potencial de investimento nesta área, e também com base no investimento que já foi feito em 2017 em que cerca de 40 milhões de euros foram atribuídos à área de desenvolvimento da inteligência artificial em Portugal”, concluiu a representante da ANI.