África precisa de inovação para aumentar atratividade, diz relatório da Nova SBE

O novo relatório do Nova SBE WiTH Africa dedicado ao turismo de negócios alerta para necessidade de inovação contínua para aumentar atratividade de África.
Da responsabilidade do Nova SBE Data Science Knowledge Center, o relatório “Business Tourism in Africa: Trends, Opportunities and Strategic Directions”, implementado pela Nova SBE WiTH Africa analisa as principais tendências e oportunidades do setor nos últimos cinco anos e identifica estratégias para impulsionar o crescimento económico do continente africano. Neste contexto, a escassez de mão de obra, a oferta reduzida de rotas aéreas e investimentos atrasados são os principais desafios identificados no setor pelo Business Tourism em África.
Por isso, o trabalho desenvolvido pelo Nova SBE WiTH Africa salienta que a melhoria da conetividade e a modernização de processos apresentam-se como imprescindíveis para aumentar a atratividade de África junto dos viajantes de negócios e impulsionar o crescimento económico do continente.
O relatório mostra que o turismo de negócios é fundamental para o crescimento das economias africanas já que desempenha um papel crucial na melhoria dos meios de subsistência em todo o continente. E apesar das contrariedades que a pandemia de Covid-19 causou ao impossibilitar a realização de encontros de negócios físicos, o relatório identifica novas oportunidades no turismo de negócios em África, que permitem criar possibilidades e experiências complementares.
O aumento das viagens que combinam negócios e lazer (bleisure) e o crescimento significativo do nomadismo digital estão a criar dinâmicas no setor que, no entanto, se apresenta pouco preparado para fazer face a novos cenários, como a escassez de mão de obra, a capacidade limitada das rotas aéreas e os investimentos atrasados, destaca o relatório. Fatores que reforçam a necessidade de inovação contínua e abrem oportunidades para fortalecer o desenvolvimento. Simultaneamente, o crescimento do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em vários países africanos também potenciado o aumento das viagens de negócios.
O relatório destaca o caso da Costa do Marfim, como exemplo de implementação de medidas estratégicas de incentivo ao investimento, campanhas de marketing e parcerias com organizações globais para atrair eventos internacionais. O país está a negociar um empréstimo de 5,8 mil milhões de dólares com o Banco Africano de Desenvolvimento para desenvolver a Cidade Empresarial de Abidjan como um centro de convenções.
Tendo como referência o Fórum Económico Mundial, e ainda o que concerne ao ambiente de negócios, o relatório destaca as Maurícias como o país africano líder em 2024, seguido pelo Botswana, Ruanda, Marrocos e Egito.
No contexto urbano (e partindo da classificação da Statista das 200 principais cidades de negócios do mundo em 2022), o Business Tourism in Africa destaca o Cairo, Argel e Joanesburgo. Já no que respeita ao Índice de Abertura de Vistos em África em 2023, o relatório da Nova SBE revela avanços significativos na facilitação das viagens intracontinentais, com 48 dos 54 países africanos a oferecerem entrada sem visto para pelo menos uma outra nação africana.
O Business Tourism in Africa identifica ainda como desafios críticos para o turismo de negócio em África a fraca conetividade e infraestruturas. Apesar do continente africano ter registado um crescimento anual de 10% no tráfego aéreo (março de 2024) e um aumento considerável no número de passageiros (16,8%), detém apenas 2,1% do mercado global e 1,8% da quota mundial de viagens aéreas internacionais. Desse modo, a conetividade limitada compromete a eficiência das viagens de negócios, já que dificulta a mobilidade entre os principais centros de negócios no continente.
O relatório recomenda, por isso, a melhoria da conetividade, quer no plano interno quer internacional, assim como a modernização dos processos, entre os quais a obtenção de vistos, de forma a tornar o continente africano mais atrativo para quem viaja em negócios.