Quase 70% dos diretores de RH não está a considerar a AI nas suas práticas

Fonte: Estudo internacional Grupo Cegos 2024 "Radioscopia aos Departamentos de Recursos Humanos

Os profissionais de RH continuam empenhados no desenvolvimento das suas competências. Em Portugal, os recursos online (56%) são o método mais utilizado, seguindo-se a atualização através das redes sociais e eventos (52%), e a aposta na formação (48%), revela novo estudo da Cegos.

68% dos colaboradores reconhecem o papel dos seus departamentos de RH no apoio ao desenvolvimento tecnológico, como a inteligência artificial e a transformação digital. Contudo, quase 70% dos diretores de RH ainda não consideram a IA nas suas práticas. Esta é uma das conclusões da edição de 2024 do Estudo Internacional “Radioscopia aos Departamentos de Recursos Humanos” do Grupo Cegos, que em Portugal se apresenta como Cegoc.

Este estudo, realizado em março de 2024, inquiriu 5.052 colaboradores e 554 decisores de RH de nove países da Europa (França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Reino Unido) e América Latina (Brasil, México, Chile).

Segundo 68% dos colaboradores, os diretores de RH da sua organização apoiam os desenvolvimentos tecnológicos, como a inteligência artificial, a transformação digital dos empregos ou a digitalização da função de RH. 81% dos colaboradores consideram que desempenham um papel no apoio à evolução da sociedade (igualdade de género no local de trabalho, política de RH inclusiva, luta contra a discriminação…).

A qualidade de vida no trabalho (60% dos RH inquiridos), o apoio ao desenvolvimento de profissões e competências (55%) e as questões de diversidade e inclusão (54%) têm um grande impacto no trabalho dos diretores de RH.

Os  profissionais de RH referem que estão a enfrentar grandes desafios estratégicos em termos de atração e recrutamento de pessoal (45%), retenção de talentos (41%), apoio à transformação (35%) e desenvolvimento de competências (reskilling e upskilling). Em Portugal, os dois maiores desafios são exatamente os mesmos da globalidade dos nove países, mas de forma ainda mais expressiva (55 e 47%, respetivamente).

Os diretores de RH afirma ainda que têm de enfrentar os desafios sociais com que as suas organizações se deparam, promovendo um melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada das suas equipas (47% no total) e tomando medidas para melhorar a saúde no local de trabalho (combate ao stress e aos riscos psicossociais, 46%), diz o estudo.

Fonte: Estudo internacional Grupo Cegos 2024 “Radioscopia aos Departamentos de Recursos Humanos

Experiência e evolução dos profissionais de RH

80% dos DRH dos nove países estão na atividade de RH há mais de 3 anos e 32% têm mais de 10 anos de experiência. Em Portugal, estes valores apresentam diferenças consideráveis: 60% e 12%, respetivamente.

80% dos decisores de RH internacionais (70% em Portugal) reconhecem o papel dos gestores na gestão dos Recursos Humanos.

As principais dificuldades encontradas pelos diretores de RH internacionais são a reação e a resolução de situações de emergência (70%), a capacidade de lidar com o aumento da pressão (68%) e a adaptação a mudanças regulares de estratégia (66%).

Estes profissionais sabem que a sua função tem de mudar: preveem um maior comprometimento nas questões de responsabilidade social empresarial (48% nos 9 países e 37% em Portugal) e mudanças nas suas práticas relacionadas com a dificuldade de atrair e reter talento, as mudanças nas práticas de trabalho e as expetativas das novas gerações (32%). No entanto, estão confiantes, entusiastas e envolvidos (38%) e parecem estar satisfeitos com o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

E continuam a desenvolver as suas competências para enfrentar os desafios da sua função, graças à formação (62%) e aos recursos disponíveis online (59%). Em Portugal, a formação ocupa apenas o 4.º lugar (48%), atrás da atualização através das redes sociais (52%), dos eventos (52%) e dos recursos online (56%).

Estão também a adotar uma abordagem a longo prazo, uma vez que 71% dos diretores de RH inquiridos planeiam continuar a exercer as suas funções dentro de cinco anos.

Fonte: Estudo internacional Grupo Cegos 2024 “Radioscopia aos Departamentos de Recursos Humanos

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