61% dos profissionais consideram que o salário não cobre os custos de vida. 4 sugestões para os reter.

Globalmente, três em cada cinco profissionais temem que o seu salário não seja suficiente para conseguir fazer face ao aumento dos custos de vida, conclui novo estudo da Adecco, que aponta as quatro alavancas que poderão travar a demissão em massa.

O aumento dos custos de vida resultante da maior escalada inflacionista de há três décadas está a ter repercussões no mundo do trabalho e as organizações podem sentir-se tentadas a manter os seus profissionais com retribuições mais atrativas. Apesar de o salário continuar a ser a ferramenta número um para captar talento, não é eficaz, por si só, na retenção. Esta é uma das conclusões do mais recente estudo “Global Workforce of The Future Report 2022”, do Grupo Adecco, que aponta as quatro alavancas que poderão travar a demissão em massa: salário; flexibilidade; perspectivas de progressão de carreira e saúde mental e bem-estar.

1. Aumento do custo de vida leva trabalhadores a aceitarem trabalho extra
Ainda a viver sob um clima de pandemia, um conflito de guerra e uma recessão iminente, o estudo agora apresentado da Adecco revela que três em cada cinco (61%) trabalhadores estão preocupados que o seu salário não seja suficiente para fazer face às atuais taxas de inflação e ao aumento significativo dos custos de vida. Isto leva naturalmente a uma procura por diferentes fontes de rendimento, mais incidente na geração Millennial.

2. Quitinfluencers ameaçam contágio de demissão em massa
Questões como o excesso de volume de trabalho, fragilidades na saúde mental, falta de oportunidades de progressão na carreira e falta de investimento na requalificação profissional são algumas das áreas que levam à ascensão do “quitfluencer”. Globalmente, a Gen Z tem 2,5 vezes mais probabilidade de ser influenciada a demitir-se do que os Baby Boomers.

Os resultados do estudo mostram uma clara necessidade de as empresas se concentrarem em soluções de retenção, visto que quase um terço dos trabalhadores a nível mundial (27%) diz ter a intenção de deixar o seu emprego dentro dos próximos 12 meses. Neste sentido, a Adecco sugere que as empresas invistam em estratégias de requalificação e retenção.

3. As gerações mais jovens exigem flexibilidade
Diferentes das gerações anteriores, os Gen Z não se reveem na ideologia de um trabalho para a vida. Atualmente, quase metade (47%) tem uma semana de trabalho de quatro dias, em comparação com apenas 18% dos Baby Boomers. Embora a semana de trabalho de quatro dias ainda não seja um fator decisivo na escolha de um emprego, este panorama pode mudar rapidamente e as empresas devem criar um ambiente de trabalho flexível para que as pessoas se sintam felizes e motivadas a longo prazo.

Reter talento em 2023 não é sinónimo de salário. As empresas devem assegurar regimes de trabalho flexíveis e um equilíbrio mais saudável da vida profissional.

4. Profissionais satisfeitos e leais dependem de vários fatores
As conclusões do estudo deixam claro que os profissionais do futuro não serão persuadidos a manterem-se na sua atual posição pela retribuição. Embora no passado o salário tenha sido um instrumento de recrutamento eficaz, hoje é secundário, aponta a Adecco.

A satisfação profissional passa antes por oportunidades de desenvolvimento, progressão na carreira, flexibilidade, saúde mental e bem-estar. Este é o momento para as empresas darem prioridade ao compromisso com os seus trabalhadores e garantirem que as suas pessoas têm um propósito e uma motivação no trabalho, a fim de evitar uma crise de demissão, sugere a consultora de RH.

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