Entrevista/ “O primeiro investimento foi de 150 mil euros”

A Strayboots, uma das maiores plataformas americanas de valorização de património cultural e turístico, expandiu-se recentemente para o mercado europeu. À frente da sucursal está a portuguesa Marta Gomes, que nos contou os objetivos da marca que já recebeu 150 mil euros da Portugal Ventures.
Como é que nasceu a oportunidade de trazer a Strayboots para Portugal?
A ideia do negócio surgiu numa longa viagem realizada pelo Eduardo Covelinhas, que se deparou com a dificuldade de encontrar aplicativos que o ajudassem a melhorar a experiência de visita nas cidades por onde passou. Regressado da viagem, juntou-se ao Sérgio Cardoso para desenvolverem um plano de negócios e validar a viabilidade de desenvolverem uma aplicação com um conjunto de jogos que permitam aos utilizadores explorar e descobrir cidades, monumentos e museus através de desafios e charadas. Como uma caça ao tesouro onde, cada vez que as pessoas superam uma etapa, vão aprendendo curiosidades sobre as atrações turísticas. Candidataram-se à 2.ª edição da Tourism Innovation Competition, uma competição internacional, promovida pelo Turismo de Portugal e The Lisbon MBA e foram os vencedores, com a solução digital que era uma mistura entre um guia turístico virtual e um jogo. Ainda que já tivessem um protótipo, era importante chegar o mais rápido possível ao mercado, o que os levou a procurar uma empresa que tivesse uma plataforma que permitisse reduzir o time to market. Encontraram a Strayboots nos Estados Unidos, que curiosamente estava à procura do parceiro certo para se internacionalizar pela Europa.
Em janeiro, altura em que foi anunciada a entrada da Portugal Ventures na vossa plataforma, informaram a imprensa que o investimento poderia acrescer aos 350 mil euros. Nesse sentido, cumpriram os objetivos e conseguiram recolher o montante total?
Sim, até ao momento cumprimos, mas note-se que começámos em Janeiro de 2018. O investimento poderá chegar aos 350 mil euros, condicionados pelas milestones que temos definidas, nomeadamente volume de faturação e mercados em que vamos estar presentes. Nesta fase, o primeiro investimento foi de 150 mil euros.
Para além do investimento, o que é que a Portugal Ventures acrescentou ao vosso projeto?
A Portugal Ventures tem sido muito importante na exposição da marca Strayboots, bem como, e principalmente, na criação de sinergias entre as participadas da Portugal Ventures.
Digamos que uma empresa em rápido crescimento está à procura de uma atividade para ajudar os seus colaboradores a conhecerem-se melhor. Que experiências podem proporcionar a este grupo de pessoas que potencie o objetivo em causa?
A Strayboots oferece um serviço de team-building simples e de muito fácil utilização, através do telemóvel e duma plataforma criada para o efeito. As experiências podem ser através de caças ao tesouro já pré-definidas, por exemplo na zona de Belém, em Lisboa, ou na Baixa do Porto ou podemos criar jogos personalizados na zona/escritório dessa mesma empresa, estabelecendo uma ligação mais forte não só entre os colegas, mas também com o próprio escritório e zona circundante. Os jogadores podem concorrer com os colegas em desafios divertidos e, simultaneamente, lúdicos. Ao mesmo tempo, através do chat da plataforma poderão comunicar com as diversas equipas em jogo. As grandes vantagens são a facilidade de criação da atividade – que pode ser agendada de um dia para o outro -, a possibilidade de customização, como colocar a imagem da empresa, e o reduzido custo face a outras atividades, visto que se centra apenas na atividade e não nos outros serviços acessórios, como transporte, ou coffee-break.
Sendo vocês próprios uma start-up em rápida expansão é fácil manter a cultura da empresa?
É fácil porque somos poucos e, acima de tudo, estamos muito bem alinhados em termos de objetivos de curto e médio prazo. Isso é fundamental.
Quais são as maiores dificuldades de expandir um projeto tão rapidamente?
Os maiores desafios são recrutamento em países que não conhecemos tão bem quanto Portugal, e fazer acontecer o presente quando temos que estar ao mesmo tempo focados no futuro.
Cumpriram os vossos objetivos de expansão para o primeiro trimestre deste ano, estando já presentes em 10 cidades europeias. Para que cidade estão a apontar a vossa próxima expansão?
Logo a seguir ao Reino Unido, será a Alemanha, Suíça, França e Holanda.
Que previsões fazem para o projeto até ao final de 2018?
A expectativa é cumprir as milestones definidas no business plan. Estaremos presentes em algumas das principais cidades europeias, tentando ocupar o nosso espaço nesse mercado, divulgando as principais vantagens do serviço e democratizando as ações de team-building. Simultaneamente, manteremos o processo de expansão para novos mercados. Não só porque queremos ser os primeiros neste formato, mas também porque a nossa expetativa é que os principais clientes sejam empresas multinacionais, e queremos poder disponibilizar o serviço nas várias localizações.