Setores e fases de desenvolvimento mais apelativas para os business angels

A European Business Angels Network revelou recentemente um novo estudo sobre a atividade deste tipo de investidores nos países europeus. Neste artigo abordamos as fases e os setores de desenvolvimento mais apelativas aos business angels.
Depois de termos analisado parte do último relatório lançado pela European Business Angels Network (EBAN), onde foi revelado que, em 2016, os business angels representaram 67% dos investimentos em start-ups, abordamos agora as fases de desenvolvimento e os setores onde este tipo de investidores apostaram mais em 2016.
Fases de desenvolvimento
Segundo o relatório, grande parte do investimento dos business angels é feito em fases embrionárias. Sendo investidores que costumam estar mais próximos da comunidade local de start-ups, os business angels não só investem em projetos como, por norma, são indivíduos com background no mundo do empreendedorismo capazes de servir de mentores aos projetos em que apostam.
Numa entrevista ao Link to Leaders, João Paulo Rodrigues, CEO da Xhockware, referiu que “os business angels ajudam-nos a começar, mas são os VC [investidores de capital de risco] que nos levam à meta”. Os investidores anjo são especialmente importantes nas fases embrionárias dos projetos pelas razões acima descritas. Em fases posteriores, como se pode ver no gráfico, este tipo de investidores não está tão presente. A razão para isto acontecer pode estar no facto de, numa fase posterior do negócio, onde já foram definidos o conceito e as matrizes, um fundo de capital de risco servir melhor as necessidades dos empreendedores.

Representação dos investimentos dos business angels tendo em conta as fases de desenvolvimento. Fonte: “Understanding the Nature and Impact of the business angels in Funding Research and Innovation”.
Setores onde houve maior investimento
Nos setores preferidos dos business angels há uma clara discrepância entre as preferências dos investidores europeus. Os setores de tecnologia e TIC (tecnologias de informação e comunicação) foram os que receberam mais atenção em 2016, com percentagens de 39% e 36%, respetivamente.
Dentro do setor “tecnologia” houve um investimento maior nas áreas de fintech, biotech, medtech. A razão, segundo o relatório, passa por serem as áreas onde há um maior potencial de crescimento e de expansão. Um aspeto curioso sobre o estudo é o facto de 26% dos business angels inquiridos referirem que não têm qualquer tipo de preferência na área em que apostam, tendo como principal mote investir na equipa, ideia, produto ou mercado.

Preferência dos business angels por setores. Fonte: “Understanding the Nature and Impact of the business angels in Funding Research and Innovation”.