O regresso supersónico dos aviões tipo Concorde

Há uma start-up norte-americana a querer trazer as viagens supersónicas de volta às linhas aéreas comerciais. A proposta é o XB-1, um Concorde adaptado aos dias de hoje.

A Boom Supersonic é uma start-up da cidade de Denver, pertencente ao estado norte-americano de Colorado, que quer trazer aviões com a potência do Concorde de volta.

É raro o ser humano colocar travões à tecnologia, mas foi o que aconteceu com o avião Concorde da Air France. A queda da tecnologia deve-se ao acidente de 25 de julho de 2000, dia em que o avião se despistou pouco depois de levantar voo e matou todos os passageiros. Um voo entre Londres e Nova Iorque neste avião durava apenas três horas e meia, o que se traduz em menos de metade do tempo que demora hoje em dia num voo comercial.

Mais de 17 anos depois do acidente, a Boom Supersonic quer trazer este tipo de aviões para as transportadoras aéreas comerciais. Segundo comunicado, a start-up já recebeu 76 encomendas para o XB-1, o primeiro avião que está a ser desenvolvido pela fabricante.

As principais diferenças entre este avião e o Concorde são, principalmente, a propulsão, os materiais e a aerodinâmica. A explicação apresentada no website da Boom Supersonic refere que o protótipo vai deixar de parte o alumínio usado no Concorde, para utilizar um design aerodinâmico e materiais leves que consigam resistir aos voos supersónicos.

A start-up avança que o preço por bilhete vai ser idêntico ao que se paga por um lugar em classe executiva, mas há várias barreiras que a fabricante de aviões norte-americana tem de ultrapassar antes de conseguir comercializar estes voos. O consumo de combustível astronómico é um dos problemas. Depois, o custo de manutenção, os preços dos bilhetes (uma vez que transportam poucos passageiros), os níveis de ruído e os danos no ambiente são mais alguns dos entraves apontados. Mais, os voos supersónicos sob território europeu e norte-americano são ilegais devido ao ruído produzido pelos aviões, o que significa que estes voos teriam de ser transatlânticos, a não ser que, entretanto, a legislação mude.

O público-alvo da empresa não será a população que viaja em companhias low-cost, mas sim as classes altas que pretendem usufruir de um voo rápido. O mais provável é transformar-se numa ferramenta para tornar os voos de luxo ainda mais luxuosos.

Os voos supersónicos comerciais podem rapidamente tornar-se algo do passado mesmo antes de serem atualizados para os dias de hoje. A razão para tal é o desenvolvimento de novas maneiras de viajar, como a SpaceX, de Elon Musk, que apresentou este ano uma solução para viajar entre Paris e Nova Iorque em apenas 30 minutos.

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