Entrevista/ “Queremos acompanhar os atores da indústria portuguesa no desenvolvimento de projetos e soluções de engenharia”

“A nossa expertise insere-se em três áreas técnicas: a Investigação e Desenvolvimento; a Produção e a Industrialização e as Operações Integradas (a Engenharia)”, afirma Antónia Lopes, Senior Business Manager da agap2 Indústria, uma marca que foi lançada no início deste ano para promover a competitividade da indústria portuguesa.
Acompanhar os atores da indústria portuguesa no desenvolvimento de projetos e soluções de engenharia. É esta a missão da agap2 Indústria que foi lançada no inicio deste ano dentro do grupo moOngy, que está presente em 14 países, com mais de 30 empresas e 9500 profissionais.
“Fazemos parte de um grupo que completa 20 anos em setembro e que trabalha em 14 países, parte deles em Engenharia. Agora é a vez de transferirmos este nosso know-how para Portugal”, refere Antónia Lopes, Senior Business Manager da agap2 Indústria, ao Link to Leaders, defendendo que “é crucial para as empresas terem a capacidade de propor uma solução que trata não só de um universo, mas também de todos os outros que o cercam, o impactam e o influenciam”.
Antónia Lopes nasceu em Paris, mas tem raízes em Portugal. Começou a sua trajetória como Business Controller & Analyst numa empresa multinacional de consultoria em Engenharia, em Madrid, onde supervisionou atividades no mercado ibérico. Mais tarde, juntou-se à sede em Lisboa, como Business Manager, assumindo responsabilidades na gestão de equipas de engenharia.
Agora, abraça um novo desafio na agap2 Indústria com a ambição de tornar a marca um motor no desenvolvimento do setor industrial de Portugal e em setores como o Ambiente, Transporte e Mobilidade, Indústria Transformadora e Construção, Infraestruturas e Serviços Públicos.
Como surgiu a ideia de criar a agap2 Indústria?
A agap2 indústria faz parte do grupo de TI e Engenharia moOngy, que em Portugal opera unicamente na área tecnológica. Ao longo dos anos, o grupo foi identificando desafios do setor industrial no nosso país e, desta forma, fez-se o investimento no lançamento de nova marca.
“O setor secundário está a crescer, mas há desafios em vários setores. Por exemplo, a AICEP reporta 420 milhões de investimento, garantido, em 2024, parte dele para “players“ industriais”.
Qual a missão?
Queremos acompanhar os atores da indústria portuguesa no desenvolvimento de projetos e soluções de engenharia. O setor secundário está a crescer, mas há desafios em vários setores. Por exemplo, a AICEP reporta 420 milhões de investimento, garantido, em 2024, parte dele para “players“ industriais. Fazemos parte de um grupo que completa 20 anos em setembro e que trabalha em 14 países, parte deles em Engenharia. Agora é a vez de transferirmos este nosso know-how para Portugal.
Em que áreas irão atuar e para que setores?
A nossa expertise insere-se em três áreas técnicas: a Investigação e Desenvolvimento; a Produção e a Industrialização e as Operações Integradas (a Engenharia). A agap2 indústria acompanhará vários setores de atividade como, por exemplo, transportes e a mobilidade, meio-ambiente, a indústrias transformativas, entre outos.
Quantos clientes já têm e qual a previsão até ao final do ano?
A agap2 indústria foi lançada oficialmente a 2 de janeiro de 2025 e já tem um cliente. A equipa está a trabalhar para desenvolver e diversificar o seu portfolio de parcerias, a nível de setores e atividades.
“Estamos num momento em que a IT (Information Technology) e a OT (Operational Technology) aproximam-se, cruzam-se e juntam-se”.
A aagp2 Indústria faz parte do grupo moOngy. De que forma os 20 anos de experiência de transformação tecnológica do grupo irá ajudar a empresa a alavancar o seu negócio?
Estamos num momento em que a IT (Information Technology) e a OT (Operational Technology) aproximam-se, cruzam-se e juntam-se. É crucial para as empresas terem a capacidade de propor uma solução que trata não só de um universo, mas também de todos os outros que o acercam, o impactam e o influenciam. Ao inserir a agap2 Indústria à sua oferta, o grupo moOngy reforça o seu posicionamento em Portugal.
Qual a estratégia da empresa para ser parceiro estratégico da transformação industrial das empresas nacionais e europeias? A aposta será em vários mercados? Quais os prioritários?
A equipa de gestão irá, nos próximos meses, multiplicar as suas reuniões com empresas da indústria, presentes em Portugal, de forma a estreitar relações fortes e ganhar a confiança dos parceiros (clientes e consultores).
De que forma a experiência da Antónia – trabalhou o setor em França, Espanha e passou pelos EUA – a pode ajudar neste novo desafio?
Num momento onde parece que as fronteiras já não existem, o peso cultural ainda tem a sua importância. A minha experiência internacional dá a equipa uma perspectiva diferente em como pensar, desenhar, agir em situações menos fáceis, complexas, atípicas.
“As indústrias que não adotarem soluções tecnológicas inovadoras em inteligência artificial, automação e digitalização de processos correm o risco de se tornarem obsoletas, e de facto, não competitivas”.
Quais os desafios que enfrenta o setor industrial neste momento?
Portugal precisa de acelerar a sua transição digital. As indústrias que não adotarem soluções tecnológicas inovadoras em inteligência artificial, automação e digitalização de processos correm o risco de se tornarem obsoletas, e de facto, não competitivas.
Há potencial para Portugal reforçar a aposta neste setor, nomeadamente em termos de exportação?
Nestes últimos anos, o nosso país tem apostado no desenvolvimento tal como o provam os instrumentos Portugal2020, Portugal2030. A indústria é uma parte importante da equação. De facto, ao longo dos últimos anos, o valor das exportações aumentou, especialmente em setores com alto valor agregado.
Qual o papel que Portugal pode assumir no setor industrial?
Portugal já investiu muito na sustentabilidade e é hoje considerado, como um país exemplar na transição para a energia verde. O caminho ainda é longo, mas os resultados são altamente positivos. É importante que as iniciativas se multipliquem noutros âmbitos tal como o económico e o social. Apesar de tardarem, resultados aparecem.
“Portugal tem muita atratividade frente aos seus vizinhos europeus; as suas políticas de incentivos e apoio às empresas estrangeiras e ao setor tecnológico, os seus custos competitivos e a sua mão de obra”.
Será Portugal um país de receção de centros de Engenharia de marcas mundiais como Lufthansa Technik e de empresas que as apoiem?
Portugal é já um país de receção de centros de Engenharia. Portugal tem muita atratividade frente aos seus vizinhos europeus; as suas políticas de incentivos e apoio às empresas estrangeiras e ao setor tecnológico, os seus custos competitivos e a sua mão de obra.
Como vê a agap2 Indústria dentro de cinco anos?
Dentro de cinco anos, acredito que a agap2 Indústria acompanhe projetos de várias dimensões, em setores diversos. Acredito que as apostas no desenvolvimento dos seus profissionais, pela formação e proximidade, permitirão à agap2 Indústria conquistar a confiança de parceiros, de forma duradoura.
Respostas rápidas:
Maior risco: “Lançar-se” e ir… Nem sempre corre bem, mas sempre aprendemos
Maior erro: Acreditar genuinamente que todas as pessoas tem as mesmas intenções
Maior lição: Acreditar em si. As condições podem não ser as melhores, mas se há confiança em si e vontade, tudo se faz!
Maior conquista: Quando obtive os resultados de seleção para um intercâmbio nos EUA. Estava no meu primeiro ano de Mestrado.