Portugueses pouco positivos sobre a capacidade de criarem o seu próprio negócio
Embora a atitude positiva dos portugueses face ao empreendedorismo tenha crescido, apenas 36% dos inquiridos se revêm com capacidade de criarem o seu próprio negócio, revela estudo AGER 2016.
A Amway, empresa mundial no setor de venda direta, acaba de anunciar os resultados do 7º estudo AGER (Amway Global Entrepreunership Report), um relatório anual que foca as principais tendências empreendedoras a nível global, analisando também a realidade nacional.
Os resultados deste 7º estudo apresentam uma atitude positiva face ao empreendedorismo, que cresceu cerca de 10%, com 67% dos inquiridos a mostrar uma atitude positiva perante as temáticas do empreendedorismo. Um valor positivo, porém, mais baixo que a média europeia de 74% e a média global de 77%.
Os millenials, jovens menores de 35 anos, são os que se mostram mais motivados e com vontade para desenvolver o seu próprio negócio, com uma média nacional de 78%, muito acima dos 67% registados pelos adultos de 35 a 49 e dos 55% nos seniores com mais de 50 anos de idade.
Já o potencial para a criação do seu próprio negócio ressentiu-se, com apenas 36% dos inquiridos portugueses a reverem-se com capacidade de criarem o seu próprio negócio, um valor ainda mais baixo do que o registado em 2015, em que obteve 39%.
Esta realidade afeta não só os grupos etários mais velhos como os “jovens millenials”, que nesta análise registou 44% com manifestações positivas.
“É muito positivo comprovar que a atitude favorável ao empreendimento na 7ª Edição do AGER cresceu. É um sinal claro de recuperação e vontade que a sociedade portuguesa quer mudar algo. Por outro lado, a percentagem referente ao potencial empreendedor baixou no presente ano e é uma variável em que apenas as empresas privadas e a sociedade, em conjunto com as entidades governamentais e de ensino público e privado, devem trabalhar para inverter essa atitude”, afirma Monica Milone, General Manager da Amway Iberia.
Em termos geográficos, Lisboa (72%) e Alentejo (71%) são as áreas regionais do nosso país que demonstram uma atitude empreendedora mais positiva, enquanto que o Algarve é a zona geográfica que representa a menor percentagem (48%).
No que diz respeito ao potencial para empreender, a área do Grande Porto (37%) e Lisboa (24%) são aquelas cujos habitantes demonstram maior interesse em criar o seu próprio negócio, enquanto que o Alentejo, apesar de ter uma elevada atitude positiva face ao empreendedorismo, é a área geográfica com menor potencial em Portugal, registando apenas 12%.
Este ano, as mulheres não se revelaram tão motivadas perante o potencial para empreender. Com um registo atual de apenas 31%, o estudo deste ano registou uma diminuição de 5%, comparativamente aos dados de 2015. Já os homens não se revelam tão pessimistas, apresentando um valor de 41%, no que toca ao potencial para avançar com a criação de negócios próprios.
Quanto às motivações perante a criação do próprio emprego, o motivo que reúne mais peso continua a ser o de ser o seu próprio chefe (45%), seguido da “concretização de ideias pessoais” (38%) e da possibilidade para regressar ao mercado de trabalho (35%).
Outro subtema analisado no AGER 2016 foi a perceção dos portugueses relativamente ao futuro do empreendedorismo, em que os inquiridos portugueses demonstram uma opinião difusa em torno do futuro do autoemprego.
Pensando a curto-médio prazo para os próximos cinco anos, 28% dos inquiridos acredita que as pessoas estarão mais empregadas, com o seu próprio emprego; 25% acha que a situação se vai manter idêntica ao que se regista hoje em dia; e 30% não abona o empreendedorismo de forma tão positiva.