O próximo Silicon Valley será numa destas cidades e Lisboa está na lista

Silicon Valley pode ser o maior centro tecnológico do mundo, mas não é o único. De Tel Aviv a Estocolmo, são várias as cidades do mundo que começaram a ser transformadas pelas indústrias de tecnologia em forte expansão.

Silicon Valley, em São Francisco, poderá estar prestes a perder a coroa do local por excelência para a inovação tecnológica. São várias as cidades que estão a competir por esse lugar como principal centro de tecnologia do mundo. Grandes cidades como Londres e Nova Iorque observaram o crescimento de setores de tecnologia, enquanto outras, como Sydney, estão a ver os governos a criar planos para desenvolver o seu próprio Silicon Valley. Embora pareça que muitas grandes cidades atualmente estão a transformar-se em centros de tecnologia, apenas algumas estão a ser realmente transformadas pelas indústrias de tecnologia.

Muitos desses pólos tecnológicos emergentes não atraem apenas jovens trabalhadores, mas também trazem uma vaga de riqueza, resultando em mudanças como o crescimento de propriedades de luxo e a revitalização de bairros antigos. De Tel Aviv a Berlim, estas são as seis cidades que foram comparadas o Silicon Valley, segundo o Business Insider.

1. Tel Aviv (Israel): um pólo tecnológico em crescimento que viu o boom no mercado imobiliário de luxo
Já foi chamado de “o próximo Silicon Valley ” e também é conhecido como “Nação Start-up”. Israel testemunhou a revolução de alta tecnologia. O país tornou-se num dos líderes mundiais em biotecnologia, cibertecnologia, inteligência artificial, jogos online e agricultura de alta tecnologia.

É o berço de mais start-ups per capita do que qualquer outro país e atrai mais capital de risco por pessoa. Evi Angelakis, fundadora do Golden Key Realty Group, de Nova Iorque, afirma que Israel está em segundo lugar no mundo, atrás do Silicon Valley, no que se trata de centros de tecnologia. Tel Aviv é o principal ecossistema de hubs tecnológicos. Empresas multinacionais de tecnologia como Google, Oracle e Facebook instalaram centros de pesquisa nas imediações. A cidade também acolhe inúmeras start-ups locais de tecnologia bem-sucedidas. O Google recentemente comprou o aplicativo de navegação GPS Waze (originária de Tel Aviv), por mil milhões de dólares (890 milhões de euros)

A consequência deste sucesso levou ao desenvolvimento de uma elite israelita bastante rica que fomentou a procura de casas e apartamentos de luxo. Isto é especialmente verdade em Tel Aviv, onde os imóveis são os mais caros.

2. Berlim (Alemanha): a cena tecnológica prospera graças à propriedade acessível
Houve uma expansão de empresas de tecnologia sediadas em Berlim, pois a cidade fervilha com hackers, especialistas em privacidade, cientistas e empresas de vídeo que ditam o cenário tecnológico. Gigantes da tecnologia como a Apple e o Facebook têm sucursais na cidade, além de inúmeras start-ups locais de sucesso, como, por exemplo, o serviço de streaming de música SoundCloud e a lista de tarefas App Wunderlist. O Google abriu um centro de tecnologia “Campus Berlin” em 2017 porque o cenário de start-ups berlinense cresceu muito depressa nos últimos cinco anos, colocando-o no caminho certo para se tornar um dos principais ecossistemas da Europa.

Entre 2015 e 2017, Berlim viu a aumentar 9% as start-ups na cidade, uma percentagem maior do que qualquer outra cidade europeia. A cidade foi responsável por 70% do total de investimentos em start-ups alemãs em 2017 e foi um ano marcante para start-ups, segundo a Ernst & Young. A expansão tecnológica costuma originar um aumento nos preços dos imóveis, porém Berlim tinha tantos imóveis acessíveis que as empresas e os seus funcionários conseguiam facilmente abrir espaços. Com essa acessibilidade, a cidade conseguiu atrair facilmente talentos globais.

3. Shenzhen (China): o principal pólo tecnológico do país
A cidade chinesa de Shenzhen acolhe mais de 14 mil empresas de alta tecnologia, das quais 3 mil foram criadas em 2018. A indústria de tecnologia garante quase 40% do PIB da cidade. Existem cinco gigantes da tecnologia que alimentam o pólo tecnológico de Shenzhen e duas delas – Tencent Holdings e Huawei Technologies – empregam em conjunto 234 mil pessoas.

A cidade faz parte da Área de Grande Baia, um projeto do governo chinês para desenvolver o crescimento de tecnologia e inovação no país para rivalizar com Silicon Valley. Este impulso tecnológico contribuiu para o aumento da riqueza entre alguns dos habitantes. “Shenzhen é uma grande parte da razão pela qual a China tem novos bilionários a uma média de um novo por semana”, disse Carrie Law, CEO do Juwai.com, um portal imobiliário para compradores chineses.

A cena imobiliária da cidade é animada com novos empreendimentos de luxo, assim  omo um novo panorama no setor do luxo: propriedades de menor dimensão, com foco nos serviços e conveniência. Shenzhen é hoje uma das cinco principais cidades do mundo com a habitação mais caras.

4. Lisboa (Portugal): start-ups prosperam graças ao financiamento dos aceleradores e aos muitos espaços de coworking
O nascimento das primeiras start-ups de Lisboa surgiu há cinco a dez anos, e hoje está prestes a tornar-se num pólo de tecnologia líder na Europa. Em 2016, o governo português criou uma rede nacional de centros tecnológicos e start-ups em Lisboa, graças à iniciativa StartUP Voucher, que oferece uma bolsa de um ano a mais de 400 empreendedores. O governo também criou um fundo de capital de risco de 225 milhões de dólares (200 milhões de euros) para aumentar o investimento estrangeiro em start-ups.

Entre 2014 e 2016, 700 empresas de tecnologia fixaram-se em Lisboa. A capital tem 32 empresas que levantaram pouco menos de 1 milhão de dólares (890 mil euros), o que representa metade das empresas da cidade, segundo o relatório da Startup Europe.

Uma antiga fábrica de alimentos do Exército está a ser reconvertida para acolher um enorme campus de start-ups, o Hub Creativo Beato, e a Google anunciou o projeto de lançar um centro de inovação nos arredores da cidade (data a anunciar), de acordo com a Mansion Global.O crescimento do ambiente de start-up tecnológica em Lisboa está a fazer com que muitos empreendedores estejam a revitalizar os edifícios decadentes da cidade, transformando-os em pólos e espaços de coworking, além de locais para morar.

5. Bangalore (Índia): passou de trabalho barato à efervescência das start-ups
Bangalore é a resposta da Índia ao Silicon Valley, graças à variedade de setores tecnológicos da cidade através da inteligência artificial, tecnologia de alimentos, tecnologia financeira e robótica. Mais de 400 empresas multinacionais de tecnologia, como Microsoft e Samsung, têm escritórios aqui. Também abriga empresas locais como a Infosys e a Wipro.

O cenário tecnológico e o espírito empreendedor em Bangalore estão em crescimento. A indústria de tecnologias da Índia começou aqui há 25 anos – em 2017, foi nomeada a cidade mais dinâmica do mundo pelo Fórum Económico Mundial.

O PIB da cidade deve crescer quase 60% nos próximos cinco anos e o número de indivíduos com grande fortunas deverá crescer 40% no mesmo período.

6. Estocolmo (Suécia): o lar de codificadores e unicórnios lidera a cena tecnológica na Escandinávia
A capital da Suécia está a criar um segundo Silicon Valley na Escandinávia. Os programadores compõem 18% da força de trabalho na cidade. Estocolmo produz o maior número de unicórnios per capita de qualquer cidade mundial, à exceção de Silicon Valey segundo a Forbes, e a empresa de capital de risco Atomico classifica-a como o segundo polo tecnológico mais fértil do mundo.

Estocolmo viu a onda tecnológica emergir em 2009 e em apenas cinco anos, o investimento na indústria de tecnologia da cidade triplicou para cerca de 377 milhões de dólares (335,8 milhões de euros). A capital acolhe mais de 22 mil start-up, e foi o berço de sucessos globais como o serviço de streaming de música Spotify e a empresa de jogos King.

A indústria de tecnologia em expansão beneficiou do investimento do governo sueco na internet de alta velocidade, além do sistema de creches, que permite flexibilidade para famílias empreendedoras.

 

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