Mulheres mais penalizadas pela IA do que os homens, alerta McKinsey

As mulheres trabalhadoras terão 1,5% mais hipóteses, do que os homens, de vir a mudar de emprego devido à automação, refere a pesquisa da McKinsey.

A onda de automação e de inteligência artificial que está a impactar o mundo do trabalho terá mais reflexos nas mulheres trabalhadoras do que nos homens. Esta é uma das evidências do mais recente estudo da McKinsey & Co que analisa as tendências do mercado de trabalho nos Estados Unidos (EUA) até 2030, e as potenciais consequências da inteligência artificial, já que a análise antevê que quase um terço das horas trabalhadas estão em risco de serem substituídas.

Segundo a McKinsey existem sérios riscos de haver impacto desproporcional no universo das mulheres trabalhadoras já que estas têm 1,5 vezes mais probabilidade do que os homens de precisarem de mudar para novas ocupações. O relatório salienta que a super representação feminina em setores com empregos de salários mais baixos (como assistente de escritório ou atendimento ao cliente), coloca-as em maior risco, na medida em que se estima que estes setores façam parte dos que serão mais afetados pela automação. Ao que tudo indica, as implicações da automação serão diferentes nos vários setores de atividade e entre os mais afetados estarão os trabalhadores da área administrativa. Também profissões como advogados, professores ou arquitetos, entre outras, experienciarão mudanças na forma como trabalham, mas nestes casos prevê-se apenas transformações e não destruição de empregos.

Também se estima que os trabalhadores negros e hispânicos, fortemente representados nas indústrias de alimentos e produção, sejam igualmente afetados negativamente, uma vez que a procura de empregos nestas indústrias deverá diminuir. Aliás, podem ter até 14 vezes mais necessidade de uma mudança de emprego, do que os trabalhadores de rendimentos mais altos.

Paralelamente a este “fenómeno”, e à medida que milhões de trabalhadores se deparam com a realidade de terem de mudar de profissão, também aumentam as preocupações sobre o impacto destas alterações nos trabalhadores de baixos rendimentos, “obrigados” a adquirem novas capacidades para se adaptarem ao novo mundo do trabalho durante este período de transformação.

Ainda relativamente ao mercado dos Estados Unidos, o relatório prevê que 12 milhões de trabalhadores precisarão de fazer a transição para novas ocupações até 2030. O relatório da McKinsey prevê ainda que, e apesar dos desafios associados à automação, se a reorganização dos empregos for gerida eficazmente pode contribuir para algum aumento da produtividade e da prosperidade nos EUA passando dos atuais 1% para os 3% a 4%. No entanto, conclui a análise, os EUA devem fornecer aos trabalhadores as condições e os conhecimentos necessários para se adaptarem ao novo cenário de trabalho.

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