MIT Technology Review revela as 10 tecnologias de 2024

Inteligência artificial, tratamento de genes e bombas de calor são três das 10 tecnologias que estarão em destaque este ano, segundo a avaliação da MIT Technology Review.

A mais recente edição da MIT Technology Review selecionou as novidades tecnológicas que este ano terão um impacto real na sociedade. O relatório anual desta empresa  – fundada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts e cujos insights, análises, análises, entrevistas e eventos ao vivo explicam as tecnologias mais recentes e os seus impactos comerciais, sociais e políticos -, elenca as 10 tecnologias que, de alguma forma, estão a transformar o mundo.

A MIT Technology Review retomou a discussão em torno da inteligência artificial generativa, que ao longo de 2023 registou um boom depois do surgimento do ChatGPT, no final de 2022.  Mas não só. Outras ferramentas tecnológicas conquistaram o seu espaço e prometem continuar a dar cartas ao longo deste ano e a transformar os diferentes aspetos da vida cotidiana, da vertente pessoal aos negócios.

1.IA em todo o lado
A utilização da inteligência artificial (IA) deve disseminar-se por diferente áreas em 2024.  A MIT Technology Review diz que este deve ser também o ano para perceber quais as implicações do uso desta tecnologia e os impactos que provocará. Atualmente, Google, Meta, Microsoft e OpenAI são algumas das empresas que já desenvolvem a tecnologia.

2. O tratamento de edição de genes
A MIT Technology Review vê a edição de genes como plataforma tecnológica em evolução. O CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) consiste numa técnica de edição genética que começou a ser desenvolvida há cerca de 11 anos e que poderá ser solução para diversas doenças e condições médicas. Recentemente chegou às clínicas e tratou, pela primeira, vez pacientes que sofriam de anemia falciforme. As empresas CRISPR Therapeutics, Editas Medicine, Precision BioSciences e Vertex Pharmaceuticals estão a estudar a tecnologia.

3. Bombas de calor
Apesar de já serem usadas desde o século 20, as bombas de calor representam um progresso em relação à descarbonização de casas e indústrias. As novas versões utilizam energia elétrica para arrefecer e aquecer os ambientes, o que abre caminho para uma redução significativa de emissões, com as previsões a apontarem para uma diminuição até 500 milhões de toneladas de emissões globais por ano, até 2030. Contudo, para que tal se concretize, o total de bombas instaladas deve atingir os 600 milhões. Já desenvolveram a tecnologia empresas como a Daikin, a Mitsubishi e a Viessmann.

4. Twitter e concorrentes
A transferência de propriedade do Twitter para as mãos de Elon Musk levou esta rede a perder cerca de 20% do seu tráfego, o que abriu caminho para a concorrência, como foi o caso do Threads, da Meta. Segundo a MIT Technology Review, “o verdadeiro assassino do Twitter é Elon Musk”.  Bluesky, Discord, Mastodon, Nostr e Threads também já estão a recorrer a esta tecnologia.

5. Sistemas geotérmicos aprimorados
O calor geotérmico é uma fonte de energia isenta de carbono que surge como uma alternativa aos combustíveis fósseis, mas que ainda representa menos de 1% da capacidade global de energias renováveis. Os avanços mais recentes mostraram aos cientistas que a produção desta energia pode aumentar drasticamente, com o uso de técnicas de fraturação hidráulica para abrir rochas relativamente sólidas e em profundidades cada vez maiores. Este é um assunto quente no mundo da energia e empresas como a AltaRock Energy, Fervo Energy e Utah FORGE Lab estão a implementar esta ferramenta.

6. Medicamentos para a perda de peso
O universo da saúde continua a mostrar a sua inovação a todos os níveis. E quando o tema são os medicamentos, recorde-se um dos casos mais mediáticos do ano passado, a utilização do Ozempic, da Novo Nordisk, um medicamento usado no tratamento da diabetes que foi “desviado” para a perda de peso. Com o aumento da procura, começaram a surgir novas versões e prevê-se que este ano sejam várias a empresas a entrar em fases finais de testes e de aprovação, para posterior comercialização dos seus produtos. No leque de empresas que desenvolveram esta tecnologia estão a Eli Lilly, a Novartis, a Novo Nordisk, a Pfizer e a Viking Therapeutics.

7. Chiplets
Perante o avanço tecnológico, os fabricantes de chips estão a estudar a melhor forma de equilibrar os custos e o desempenho dos materiais. Uma das inovações mais recentes, destaca a MIT Technology Review, foi a adoção de um padrão de código aberto chamado Universal Chiplet Interconnect Express, que, em teoria, pode facilitar a combinação de chiplets fabricados por diferentes empresas e, desta forma, causar mudanças dentro deste mercado. Já são várias as empresas a desenvolver a tecnologia, entre as quais a Advanced Micro Devices, a Intel e a Universal Chiplet Interconnect Express.

8. Células solares super eficientes
A produção de energia solar começa a bater recordes em vários pontos do mundo, acelerando a adoção de fontes sustentáveis e o aparecimento de novas tecnologias, como as baseadas em silício e em perovskita, que absorve comprimentos de onda luminosa diferentes dos absorvidos pelo silício. As novas células são capazes de produzir uma quantidade maior de eletricidade a um custo inferior. Contudo, a perovskita é mais sensível e está sujeito a degradação pela água e pelo calor, e, por isso, os investigadores estão a trabalhar para deixar as novas células solares mais robustas e duradouras. A Beyond Silicon, a Caelux, a First Solar, a Hanwha, a Q Cells, a Oxford PV, a Swift Solar e a Tandem PV estão envolvidas neste tipo de tecnologia.

9. Apple Vision Pro
O mundo dos gadgets faciais ainda está a conquistar o seu espaço, e a Apple já divulgou que tentará conquistar o seu lugar neste mercado com o lançamento, talvez ainda este ano, do Vision Pro, seu primeiro headset de realidade mista. A empresa apresenta o Vision Pro como a melhor maneira de ver filmes, tirar fotos, conectar-se com outras pessoas e, até mesmo, de ler e criar. O sucesso comercial deste produto levanta dúvidas devido ao preço de venda, mas o seu caráter inovador é indiscutível.

10. Computação em exoescala
Construir computadores cada vez mais rápidos é um dos objetivos da indústria para os próximos anos. Nos Estados Unidos estão a ser montadas duas super máquinas com capacidade para ter o dobro de velocidade do Frontier (considerado o mais veloz do mundo). Até o final do ano, espera-se que o Júpiter, o primeiro supercomputador exoescala da Europa, já esteja online.  Estes avanços animam os cientistas, mas colocam dúvidas quanto à pegada energética que deixam. O próximo passo será entender como construir esses supercomputadores não apenas pautados por incríveis velocidades, mas também na sustentabilidade ambiental.  Já desenvolveram a tecnologia a Oak Ridge National Lab, a Jülich Supercomputing Centre,  e a China’s Supercomputing Center, em Wuxi.

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