Maioria das empresas espera retomar a faturação em novembro, diz estudo

55% das empresas esperam retomar a sua faturação dentro de seis meses, conclui uma pesquisa realizada pela Hays na última semana de abril.
A Hays pediu a mais 500 empresas as suas previsões para o futuro. 55% das empresas refeririam que preveem recuperar a sua faturação dentro de um período máximo de seis meses, 43% esperam recuperar em meio ano e, curiosamente, 12% das empresas afirmaram que não viram as suas atividades afetadas pela pandemia. Nesse último cenário, em alguns casos, o teletrabalho foi a tábua de salvação para se manterem à tona neste período excecional e imprevisível.
A normalidade é algo que 28% espera retomar num período entre 7 meses e um ano, embora 18% das empresas acreditem que levará mais de 12 meses para retomarem as suas atividades a 100%.
De acordo com o estudo da Hays, 56% das empresas consultadas confirmam que adiaram os seus planos de investimento para aberturas, lançamentos de produtos ou serviços, expansões e contratos.
O emprego é, sem dúvida, um dos fatores que antecipa a recuperação económica, mas parece que ainda temos que esperar. 20% das empresas garantem que já estão a contratar e continuarão a fazê-lo gradualmente até o final do ano. No entanto, 18% irão contratar apenas se tudo voltar ao normal, enquanto 39% não pretendem contratar e 23% ainda não sabem.
As tecnologias da informação, as ciências industriais e da vida/farmácia serão os setores que mais irão contratar, segundo o estudo da Hays. Além disso, as empresas dizem que irão continuar a fazer investimentos nos seus departamentos, nomeadamente em áreas como P&D, marketing e comunicação, vendas e engenharia. Finanças, logística e TI irão manter o seu investimento, ao contrário do que sucederá nas áreas de compras, RH e administração.
A via telemática irá prevalecer nos processos de seleção, contratação e integração. Empresas e intermediários trabalhistas demonstraram que a presença física não é essencial para selecionar e recrutar os melhores profissionais. Além disso, de acordo com esta pesquisa, quando a crise da saúde do Covid-19 terminar, 36% das empresas garantem que o número de processos de seleção serão realizados 100% remotamente; 28% aumentarão as contratações online e 25% aumentarão os processos de receção pessoalmente para os recém-chegados. No entanto, a maioria das empresas não renuncia a executar todas estas etapas pessoalmente, quando for possível.
Estarão as empresas a comunicar de forma eficaz?
O que as empresas mudariam se pudessem voltar atrás há três meses? 26% disseram que investiriam mais em tecnologia para que a equipa pudesse trabalhar remotamente. Atualmente, calcula-se que 95% das organizações recorram ao teletrabalho ou tenham recorrido em qualquer momento do estado de alarme.
Entre os aspetos a serem melhorados, as empresas também relatam mais investimentos em segurança e higiene (27%), mais preparação das equipas em gestão de mudança (32%) e melhores planos de comunicação externa e interna (32%).
76% das empresas consultadas consideram que fizeram a comunicação correta durante a crise, enquanto 13% não têm certeza de que o fizeram de forma eficaz e 11% pensam que comunicaram mal. Os setores que melhor classificam a sua gestão de comunicação são TI, logística e industrial. Aqueles que acreditam que poderiam tê-lo melhorado são os bancos, turismo e engenharia.
Quem liderou a comunicação? Os dados do relatório Hays concluem que em 75% dos casos foi o CEO, o presidente ou o gerente da empresa. Somente em 48% das empresas os recursos humanos lideraram a comunicação.