KIT-AR leva solução de realidade aumentada à Autoeuropa

O Digital Enhanced Operator já está a ser testado na fábrica automóvel da Volkswagen em Portugal e recorre à solução KIT-AR para detetar anomalias nas áreas de produção e de controlo de qualidade. O objetivo é que esteja em execução a partir de maio de 2023.

E se os operadores de fábrica usassem óculos para ver não só o ambiente real como também ter acesso a instruções sobre operações de produção ou de controlo de qualidade? É precisamente este o objetivo do Digital Enhanced Operator (DEO), um projeto que junta o INESC TEC, a SkillAugment e a Volkswagen Autoeuropa, e que vai levar a realidade aumentada à indústria automóvel.

O DEO já arrancou em Palmela e usa a solução KIT-AR nas áreas de produção e de controle de qualidade, de forma a detetar anomalias na fábrica automóvel da Volkswagen em Portugal. A meta é que esteja em execução a partir de maio de 2023.

Segundo Manuel Oliveira, fundador e CEO da KIT-AR, “ao utilizarem o KIT-AR os trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa vão sentir-se mais seguros, mas também mais confiantes ao desempenhar as suas tarefas, o que vai melhorar os resultados e a resiliência das linhas de produção”.

Um dos objetivos do projeto passa também por desenvolver a investigação científica e formas de integrar as melhores práticas quando se aplica tecnologia de realidade aumentada no contexto industrial. Filipa Ramalho, investigadora no INESC TEC, adianta em comunicado que espera que a tecnologia venha a contribuir para o aumento da produtividade e qualidade, mas também possa “diminuir o número de erros humanos nas linhas de produção, adaptando os trabalhadores à digitalização do chão de fábrica e fornecendo reforço cognitivo e personalizado”.

“Em termos gerais, os sistemas industriais de realidade aumentada vão identificar o tipo de intervenções necessárias, sintetizar e fornecer informação aos operadores, de acordo com as suas necessidades e quando e onde foram necessárias”, explica a investigadora.

Já Helder Vicente, engenheiro de processos na Volkswagen Autoeuropa, refere que “num futuro próximo a realidade aumentada vai ter um papel crítico na indústria, permitindo produção mais inteligente e superar os principais desafios, como ajudar os trabalhadores a conduzir suas operações com mais eficiência e segurança. Espera-se também uma melhoria do impacto ambiental através da redução de desperdício e de emissões”.

O projeto DEO é financiado pelo programa Portugal 2020 e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia, tendo um orçamento global superior a 830 mil euros.

Recorde-se que a KIT-AR angariou este ano dois milhões de euros numa ronda investimento coliderada pelo Fundo NOS 5G, pelo Fundo TechTransfer da Armilar e pela Caixa Capital Risc.

A start-up portuguesa já tem atividade além-fronteiras, nomeadamente no Reino Unido. Trabalha para a indústria automóvel, aeronáutica e eletrónica, auxiliando na montagem e controlo de qualidade, permitindo melhorias na execução de processos complexos e reduzindo erros de produção.

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