Itália “exporta” start-ups para se transformarem em unicórnios

O mercado italiano está a a deixar sair os seus empreendedores na expetativa de que estes atinjam o patamar máximo e se transformem nos tão desejados unicórnios.

A maioria dos países tenta evitar a fuga dos seus talentos para outros países, mas a Itália parece ir contra a corrente e está a “exportar” os seus empreendedores. Essa tendência é abordada por Andrea Severino, fundador da Healthy Virtuoso, uma aplicação para smartphone que recompensa as pessoas por fazerem escolhas de vida saudável. O empreendedor, que passou pela experiência de internacionalização, explicou à Sifted que “Itália é um ótimo lugar para começar uma empresa e provar algo, mas que não tem financiamento suficiente e possibilidades de saída”. Foi por isso que, para conseguir crescer, este empreendedor tal como outros 11 fundadores de start-ups foram para Londres integrados num programa de três meses gerido pela Startupbootcamp e financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Económico e pela Agência Italiana de Comércio e Investimentos.

Esta foi a primeira vez que a Startupbootcamp, a rede global de aceleradores, realizou um programa especificamente para levar os fundadores de um determinado país para outro mercado. Refira-se que Itália é um dos poucos países europeus sem unicórnios e este programa, como frisaram os seus responsáveis à Sifted, pretende ajudar as start-ups italianas a expandirem-se. Atualmente, já são cerca de 100 mil os italianos que vivem em Londres, e várias os exemplos de start-ups sucesso no Reino Unido criadas por italianos, como a King.com, que desenvolve, entre outros, o jogo Candy Crush, a Depop, uma aplicação de compras sociais ponto a ponto, ou diversas fintech como a Soldo, a Yapily ou Truelayer.

No entanto, muitos dos empreendedores italianos que vivem no Reino Unido mantêm equipas de desenvolvimento no seu país de origem, porque as universidades técnicas locais formam bons engenheiros e programadores e os salários são mais baixos que os praticados em Inglaterra. A  Itália tem vindo a registar um crescimento do financiamento de capital de risco, mas, apesar disso, a falta de financiamento é uma das principais razões que leva os fundadores a concentrarem-se em Londres, Berlim e, mais recentemente, em Paris.

No ano passado as start-ups italianas obtiveram 522 milhões de euros de financiamento (um aumento significativo quando comparado com os 140 milhões de euros de 2017), mas ainda muito baixo quando comparado com o Reino Unido, a França e a Alemanha.

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