Mulheres representam oportunidade de mercado no valor de 32 biliões de dólares

As mulheres gerem cerca de 32 biliões de dólares em despesas globais e prevê-se que controlem 75% das despesas discricionárias a nível mundial nos próximos cinco anos.

Alguns dados divulgados pela Nielsen apontam para o facto de, a nível global, os produtos e serviços focados nas mulheres representarem uma oportunidade de mercado de 32 biliões de dólares. Mas, e apesar destes dados, ao que tudo indica as empresas não estarão a conseguir satisfazer as suas necessidades, nomeadamente em segmentos-chave como os bens de consumo, os cuidados de saúde e os serviços financeiros, desperdiçando uma oportunidade de mercado muito relevante, avança o estudo realizado pelo Boston Consulting Group (BCG), designado  “The $32 Trillion Opportunity in Women-Focused Products and Services”.

Beth Viner, Managing Director e Partner da BCG X em Nova Iorque e coautora do estudo, adianta que os resultados da pesquisa mostram que, “apesar de as mulheres continuarem a ser responsáveis pela maior parte das despesas a nível mundial, as empresas em diversos setores, com destaque para os cuidados de saúde, serviços financeiros e bens de consumo, não vão ao encontro das suas necessidades”. É neste contexto, acrescenta, que “as empresas que tomam medidas proativas para colmatar estas lacunas e satisfazer as necessidades femininas têm uma valiosa oportunidade de fazer crescer o seu negócio e de promover uma maior lealdade”.

No cenário mundial, os setores dos cuidados de saúde e financeiro são os que menos satisfazem as necessidades femininas. Vejamos, embora 66% das mulheres inquiridas afirmem ser responsáveis pela maioria das decisões relativas aos cuidados de saúde no agregado familiar, apenas 41% acredita que existem serviços suficientes para dar resposta às suas preocupações de saúde específicas, nomeadamente no que diz respeito a prestadores de cuidados de saúde (44%) e seguros de saúde (37%).

Por isso, e para que consigam ser eficazes na resposta a esta lacuna, é fundamental que as empresas que atuam no domínio da saúde compreendam o que as mulheres priorizam. E o que elas destacam são os cuidados de qualidade (87%), as consultas atempadas (82%), a acessibilidade (82%), e os cuidados isentos de preconceitos, justos e imparciais (76%).

Já no campo financeiro, as mulheres acrescentam, anualmente, cerca de 5 biliões de dólares ao património global, e, em média, preocupam-se mais do que os homens com o impacto financeiro de aspetos como as dívidas (37% vs. 28% para os homens) e o planeamento da reforma (37% vs. 29% para os homens). Também neste setor, as mulheres sentem que há lacunas na oferta de produtos e serviços. Aliás, apenas 46% das inquiridas afirma que estes vão ao encontro do que precisam.

Refira-se ainda que a satisfação das necessidades femininas associada aos bens de consumo é mais alta comparativamente aos serviços de cuidados de saúde e aos financeiros. 66% das inquiridas afirma que os bens de supermercado vão ao encontro do que procuram, tal como 64% dizem o mesmo face aos produtos de cuidado e beleza. Apesar destes valores, nenhuma categoria de produtos de consumo satisfaz plenamente as necessidades das mulheres, o que revela uma oportunidade para as empresas aproveitarem esta lacuna no mercado.

O estudo da BCG refere ainda que para além de garantir a conveniência, viabilidade e exequibilidade dos negócios, marcas e produtos adaptados às necessidades das mulheres (três elementos essenciais para desbloquear o potencial do negócio ganhar competitividade), outro fator crítico para o sucesso das empresas neste mercado é a representatividade feminina em todos os níveis da organização, especialmente nas posições de liderança. Desta forma, as mulheres conseguem transmitir de forma direta as suas experiências em cada categoria de produto ou serviço, demonstrando quais as necessidades femininas que não são atendidas e propondo as melhores estratégias para abordá-las, o que garante vantagens competitivas às empresas.

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