Google abre centro de investigação de inteligência artificial na China
A aposta da Google comprova o potencial do país asiático no que toca às competências com este novo tipo de tecnologia.
A Google anunciou oficialmente que vai abrir um centro de pesquisa e investigação no campo da inteligência artificial na capital chinesa. A confirmação foi feita meses depois de o Techcrunch ter anunciado que a empresa da Alphabet estava a recrutar o melhor talento da China para integrar as suas equipas responsáveis pela inteligência artificial.
O facto da Google ter confirmado a abertura deste novo centro na China mostra o potencial do talento chinês na região, até porque o motor de busca está banido no país há mais de sete anos.
Esta migração e captação de talento chinês não é nova. Num painel da Web Summit deste ano, Jim Breyer, um experiente investidor da Breyer Capital que chegou a ser dono de 11% do Facebook, mostrou-se bastante entusiasmado em investir em start-ups que desenvolvam este tipo de tecnologia. O investidor referiu na conferência que “as maiores empresas do mundo são tecnológicas e todas elas estão a procurar o melhor talento na área de inteligência artificial”.
Quando questionado sobre o país em que ia apostar, Jim Breyer afirmou em tom humorístico “China, China, China”, acrescentando que este é um dos ecossistemas de start-ups mais focado no desenvolvimento de inteligência artificial.
Neste painel, Breyer admitiu também ter feito recentemente uma viagem à Ásia com Mark Zuckerberg, que resultou num deslumbramento por parte do investidor e do fundador do Facebook.
Numa publicação no blog público da Google, Fei-Fei Li, cientista chefe na Google Cloud, escreveu que acredita que a “inteligência artificial e os seus benefícios não têm fronteiras. Tanto pode ocorrer uma descoberta em Sillicon Valley, Pequim ou em qualquer outro lugar, tem o potencial de tornar a vida de toda a gente melhor”.
Na mesma publicação, a cientista deu ainda a conhecer que, além de desenvolver trabalho para a empresa mãe, a Alphabet, o centro de inteligência artificial chinês vai também apoiar a comunidade de investigação e patrocinar conferências e workshops sobre o tema.
A Google poderá vir a encontrar algumas barreiras no recrutamento do melhor talento, visto que a sua marca não é tão conhecida quanto as das gigantes tecnológicas chinesas, como a Tencent, a Alibaba ou a Bytedance.