Estudo da Michael Page destaca a vontade de mudança profissional dos europeus

A “Grande Reflexão”, da Michael Page, mostra que os trabalhadores europeus aspiram a mudar rapidamente de carreira. O estudo revela ainda que 55% dos colaboradores gostariam de trabalhar remotamente.

A realização dos profissionais europeus e os fatores que impulsionam a mudança de carreira, levando as pessoas a procurar mais sentido e realização na sua função, é o foco do mais recente estudo da Michael Page (MP). Intitulado “A Grande Reflexão”, o relatório da MP foi realizado a nível europeu, junto de 6286 candidatos, entre julho e setembro de 2022, e revela que atualmente os percursos profissionais são dinâmicos, que a mudança é mais comum e que a construção de uma carreira inclui vários empregos.

Segundo o estudo, apenas 15% dos inquiridos mostraram não ter qualquer desejo de mudança de emprego por estarem convencidos de que tinham encontrado o emprego certo. Por sua vez, 10% afirmaram que nunca tinham sequer ponderado uma mudança profissional.

Outra das conclusões da análise da MP é que 47% dos candidatos inquiridos afirmou ter mudado para um setor diferente desde o início da sua carreira. Contudo, mudar de área de atividade não é a única forma de progredir profissionalmente já que 45% indicaram que foram promovidos dentro da própria empresa.

Por outro lado, quando se se no questionados sobre quanto tempo ficariam na mesma posição dentro da empresa até equacionarem mudar para outra, 35% dos inquiridos referiam limite temporal entre três a cinco anos.

Relativamente ao número de empregos que fazem uma carreira, 18% das pessoas consideram que vão ter dois empregos, 18% referem três e 7% apontam para quatro empregos. Já 11% dos inquiridos acreditam que necessitam de cinco ou mais empregos ao longo da sua carreira.

A aspiração de mudar rapidamente de emprego é apontada por muitos candidatos. Cerca de 62% ou já mudaram de carreira (38%) ou estão no processo de mudança (24%). Destes candidatos, 46% acreditam que o seu emprego atual é o ideal, enquanto 22% é da opinião que mudar de carreira parece ser complicado ou arriscado. Enquanto isso, cerca de 12% dos profissionais apesar de já terem pensado em mudar de carreira, consideram que não vão fazê-lo.

A predisposição para aprender coisas novas está entre os fatores apontados como motivacionais para a mudança por 56% dos inquiridos. Enquanto isso, 46% estão recetivos a mais oportunidades e melhores percursos profissionais.

Mas o crescimento profissional está longe de ser a única prioridade dos candidatos a empregos nos dias de hoje. Destaque também para o facto de muitas pessoas procurarem um sentimento de realização. Por isso, 32% pretendem trabalhar numa empresa com um propósito forte e 32% procuram uma carreira que esteja alinhada com os seus valores pessoais. Por sua vez, 41% dos candidatos desejam alcançar um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional na sua nova carreira.

Mudanças ponderadas
Apesar do grande dinamismo que carateriza o atual mercado de trabalho, regra geral, a mudança de carreira não é feita de forma impulsiva. Aliás, cerca de 41% dos candidatos afirma ter levado vários meses ou anos para tomar uma decisão. Já  32% explicaram que foram encorajados por uma situação concreta como, por exemplo, a perda de emprego (23%), terem sofrido uma crise relacionada com a Covid (14%) ou terem sido impactados pela cultura ou pela estrutura da empresa (13%).

A necessidade de upskilling e das competências técnicas e interpessoais adequadas para poder mudar de carreira e serem bem-sucedidos, também são fatores indicados pelos candidatos. 71% dos inquiridos colocaram o desenvolvimento da formação profissional entre os benefícios mais desejados, à frente, inclusive, das regalias mais tradicionais como os sistemas de saúde ou a utilização de veículo da empresa.

O estudo da Michael Page constata também que cerca de 37% dos profissionais referiu necessitar de formação extra para facilitar a sua mudança, em oposição a 36% que não necessitam. Aproximadamente 29% dos candidatos completaram uma avaliação de competências ou receberam conselhos de profissionais. Neste contexto, os candidatos são também atraídos por chefias que incentivem o crescimento profissional e uma cultura que apoie os colaboradores.

O compromisso da empresa com a responsabilidade social, também intervém na realização pessoal no trabalho. Três quartos dos trabalhadores europeus inquiridos afirmaram que queriam trabalhar numa empresa comprometida com a responsabilidade social corporativa (CSR) e com as atividades que desenvolve, desde a promoção dos direitos humanos até à criação de oportunidades para trabalho voluntário na comunidade local.

Por último, 59% dos colaboradores afirmaram que gostariam de trabalhar remotamente, a tempo parcial ou a tempo inteiro, uma percentagem reveladora da cada vez maior procura dos trabalhadores por flexibilidade e por um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

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