Estudo da Mercer confirma: pandemia levou empresas a aderirem ao trabalho remoto 

65% das empresas que participaram no estudo da Mercer referem a pandemia como principal fator de adesão ao trabalho remoto ou flexível.

O estudo Trabalho Flexível, da Mercer, revelou que 58% das empresas inquiridas já tinha adotado práticas de flexibilidade laboral antes da Covid-19, e que, por outro lado, 24% admite ter implementado esta prática após a pandemia ou ter intenções de vir a implementar nos próximos 18 meses. Atualmente, apenas 19% das empresas incluídas no estudo implementou esta prática.

Estas são algumas das conclusões do mais recente estudo da Mercer – divulgado esta semana e realizado entre abril e maio de 2020 – que contou com a participação de 102 empresas em Portugal de vários setores de atividade e diferentes dimensões.

O estudo demonstra que a pandemia foi um dos principais motores para a introdução da flexibilidade no trabalho, com cerca de 65% das empresas a considerar este motivo como o fator-chave. Cerca de 57% referiu que a eficiência foi um business driver para aderir a este formato de trabalho, enquanto 48% considerou a agilidade e a mobilidade como elementos-chave.

Quando questionadas sobre qual o impacto da Covid-19 (numa escala de 1 a 10), na implementação do trabalho flexível, 66% das empresas selecionou 8 ou mais. Destas, 32% escolheu o rate mais alto, ou seja 10. Por outro lado, 23% das empresas mencionaram que a pandemia alterou completamente os seus planos relativamente à introdução de medidas relacionadas com o trabalho flexível.

Ainda segundo os resultados do estudo, 57% das empresas inquiridas assume ter planos para fazer alterações no espaço de trabalho, nos próximos meses. 88% pretende que esta mudança inclua uma transição para espaços mais flexíveis, com uma dinâmica mais ágil ou mesmo virtuais. Cerca de 3 em cada 10 empresas (31%) que pretendem fazer esta mudança, têm preferência por espaços mais flexíveis e 43% prefere um local de trabalho que seja mais ágil.

As empresas destacaram ainda que o seu foco são as pessoas, nomeadamente a promoção do seu bem-estar (86%) e do equilíbrio entre vida pessoal e profissional (62%). No entanto, também assumem a importância estratégica da flexibilidade, considerada como uma peça-chave na retenção (56%) e na atração de talento (35%). Neste contexto, muitas empresas referem já incluído nas instalações espaços recreativos, como salas de jogos (31%), salas de lactação (17%) ou serviços de lavandaria (10%).

“Este estudo ajuda-nos a perceber de forma clara que foi este o fator desencadeador na introdução do trabalho flexível e de novas formas de trabalhar até então pouco adotadas, sobretudo nos setores mais tradicionais. Estamos certos de que o “novo normal” passa também por uma “nova forma de trabalhar”, explicou Marta Dias, líder de estudos de mercado da Mercer Portugal.

O survey Trabalho Flexível analisou práticas como o trabalho em part-time (trabalhar menos de 40 horas por semana); 4 dias de trabalho por semana ou horários de trabalho condensado (4/5 ou 8/10); desempenho com base em contributos ou resultados, sem horário fixo de trabalho ou local permanente exigido; licenças sem vencimento/sabáticas (por motivos de parentalidade, de saúde ou outras licenças impostas pelo governo); trabalho intensivo por turnos; regresso faseado ao trabalho para novos pais; dias de férias suplementares; escalonamento de horários.

Comentários

Artigos Relacionados