Empresa incubada na Startup Santarém diz que é possível detetar doenças através de selfies

Imagine uma aplicação para detetar doenças através de selfies. Foi precisamente isto que um biocientista indiano apresentou na Startup Santarém. O empreendedor quer ainda produzir e comercializar roupas inteligentes que permitem exercitar o corpo para que este se mantenha saudável.

Aseem Gupta, fundador da MI.BO, apresentou ontem na Startup Santarém um projeto que tem vindo a desenvolver nos últimos anos e que visa permitir que as pessoas vivam mais tempo de forma saudável.

“Hoje em dia a nossa vida é mais longa, mas há um hiato entre o tempo de vida e o período em que vivemos com saúde. Atualmente, este hiato é de 9,2 anos. Assim, nos últimos anos da nossa vida, apesar de vivermos mais, sofremos bastante e a maior parte deste sofrimento é completamente desnecessário”, disse à Lusa.

O projeto, o primeiro ao abrigo do programa Startup Visa a instalar-se na incubadora dinamizada pela Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant), foi um dos “20 produtos mais interessantes” criados por start-ups selecionados para apresentação na Web Summit, que se realizou a semana passada em Lisboa.

Em entrevista à Lusa, Aseem Gupta afirmou que, após um episódio dramático na sua vida, foi a necessidade de “habilitar as pessoas a viverem mais tempo de forma saudável” que o motivou para a criação de uma aplicação que, através de uma foto, consegue detetar se a pessoa corre o risco de vir a sofrer uma das doenças atualmente responsáveis pela morte de 21 milhões de pessoas em todo o mundo, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou diabetes.

“A primeira coisa é o diagnóstico. Hoje temos de fazer exames, ir ao hospital para o médico poder dizer se se é diabético, ou se tem a tensão alta, etc”, informação esta que a aplicação disponibiliza em minutos, disse.

Ao monitorizar a saúde da pessoa, a MI.BO (que significa mente e corpo, numa abordagem da “pessoa como um todo”) propõe-se disponibilizar um programa para melhorar a condição física e o bem-estar através de um sistema de eletroestimulação incorporado na roupa do dia a dia, que exercita o corpo durante as atividades diárias de acordo com a informação específica de cada pessoa.

A MO.BI assinou, em setembro, um protocolo com o Instituto Politécnico de Santarém, com cujas escolas de Saúde, Desporto e Tecnologia e Gestão quer continuar a desenvolver uma tecnologia que, segundo afirmou, foi já testada em 35 mil pessoas.

Atualmente em fase de aprovação, o projeto vai entrar em fase “piloto”, estando a decorrer contactos com empresas e instituições que se queiram constituir como parceiras para lançar os produtos no mercado em 2023, revelou o indiano.

Uma das modalidades que a empresa quer comercializar é, através da aplicação descarregada nos telemóveis, disponibilizar um ‘check-up’ à saúde por mês, mediante uma subscrição anual de 12 euros, que pode ser adquirida individualmente ou por empresas e entidades que as cedem gratuitamente aos trabalhadores, aos clientes ou a grupos populacionais, acrescentou.

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