É empreendedor? Risque “impossível” do seu vocabulário

Vivemos tempos difíceis, pelo que é normal dizermos com mais frequência “isto é impossível”. Mas, se pensarmos assim, então vai ser mesmo impossível. Saiba o que deve fazer para seguir em frente.
“É impossível”. – Já todos dissemos estas palavras e recentemente. Seja sobre conseguir dar conta dos filhos que têm de passar mais tempo num espaço fechado, seja sobre ajustar trabalho de fundo a dias fragmentados, ou apenas sobre ter um momento de paz numa casa com ruído constante. Ultimamente, então, ser produtivo parece… impossível.
Mas podemos parar já aqui. E não vamos usar o termo “impossível” de novo, por mais tentador que seja. Porque quando dizemos que algo é impossível, estamos a causar um dano real a nós próprios. Aliás, “impossível” deve ser banido do nosso vocabulário.
É o que defende Jason Feifer, editor-chefe no site Entrepreneur, que ilustra esta questão com a vida do início do séc. XIX. Naquela época, os cientistas andavam a experimentar um conceito radical: cirurgia sem dor. E se os pacientes pudessem, de alguma maneira, ficar entorpecidos ou adormecidos, para não sentirem a agonia de ser cortados e reparados? Seria um triunfo da humanidade e revolucionaria a medicina.
Tal foi um trabalho lento. Houve muita tentativa e erro, e muitos céticos. Um deles foi o cirurgião francês Alfred Velpeau, que em 1839 declarava que “a abolição da dor na cirurgia é uma quimera. É um absurdo continuar a tentar. “Faca” e “dor” são duas palavras em cirurgia que devem estar para sempre associadas”. Ou seja, disse que era impossível.
Alfred Velpeau estava errado. Mas também estava a ser prejudicial, porque, de acordo com historiadores de medicina, pessoas como Alfred Velpeau atrasaram realmente o progresso. “Sugerimos que a explicação mais provável para o atraso na descoberta da anestesia foi a crença de que não existia e não podia existir”, escrevem os autores do livro “The Wondrous Story of Anesthesia”.
Segundo Feifer, esta observação tem lógica, porque: se dizemos que algo é impossível, então paramos de persegui-lo; se pararmos de ir atrás de algo, tal nunca será realizado, se algo nunca for realizado, então os “velhos do Restelo” estavam certos: era impossível. Dizer “é impossível” cria impossibilidades.
Mas estaremos rodeados de impossibilidades? Não, não estamos. E os empreendedores são a prova disso. Os empreendedores ouvem dizer constantemente que as coisas são impossíveis: “Ninguém vai querer isso! Isso nunca vai funcionar! Nunca terá sucesso! Impossível, encontre outro objetivo!”. Então eles ignoram o que ouvem e realizam. Imagine-se que eles acreditavam no que ouvem. Tornar-se-ia verdade.
A nossa realidade está repleta do outrora impossível. As nossas ferramentas, a tecnologia, a nossa vida moderna – tudo isto estava muito aquém da imaginação de alguém. Convém não nos esquecermos disto. Por exemplo, está a ler este artigo num dispositivo que outrora parecia impossível de existir.
Vivemos tempos difíceis, e é fácil e natural sentirmo-nos sobrecarregados e assoberbados. É fácil dizer: “isto é impossível”, e ver portas transformarem-se em paredes. Mas os empreendedores conseguem pensar de forma diferente. Não podemos ouvir os pessimistas e certamente não podemos transformar-nos nos pessimistas.
Os empreendedores são feitos para o progresso – o que significa que são precisos hoje mais do que nunca. Basta olhar em volta. Há muito para ser feito. Há tanto que pode ser realizado. Há tanta coisa que é possível. Nós já somos prova disso.
Ligação entre o pessimismo e a demência
Se é uma pessoa pessimista, saiba que isso não é bom para o seu cérebro. Um novo estudo descobriu que o pensamento negativo repetitivo pode estar ligado, mais tarde na vida, ao declínio cognitivo e a maiores depósitos de duas proteínas nocivas, responsáveis pela doença de Alzheimer.
“Propomos que o pensamento negativo e repetitivo possa ser considerado um novo fator de risco para a demência”, afirmou a psiquiatra e autora principal do estudo, Natalie Marchant, à CNN.