Como os robôs imitam os 5 sentidos dos humanos

Será que os robôs conseguem distinguir o cheiro de um perfume ou o sabor de um vinho? A inteligência artificial está a trabalhar para isso e o Business Insider identificou formas de como a IA imita os 5 sentidos dos seres humanos.

Pelo mundo fora sucedem-se os exemplos de como a inteligência artificial (IA) está presente no dia a dia dos cidadãos. A inovação no setor tem trazido para o mercado tecnologias que permitem o reconhecimento de voz, veja-se o caso da Alexa, de objetos transparentes ou até as que permitem identificar centenas de sabores ou cheiros.

A robótica tentou sempre criar máquinas à imagem e semelhança do ser humano, o que cada vez mais parece aproximar-se da realidade considerando os exemplos de projetos que têm resultado de investigações provenientes de organizações como, por exemplo, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) envolvido na criação de robôs que tenham um sentido de toque, ou da Aryballe, a empresa francesa que tem um sistema de IA capaz de diferenciar milhares de sabores.

A Business Insider fez uma compilação de projetos de Inteligência Artificial capazes de replicar os cinco sentidos dos seres humanos.

Robôs que podem ver
Não possuem exatamente aquilo que definimos como visão, mas estão equipados com um sistema de infravermelhos que lhes permite determinar a forma dos objetos muito próxima da realidade. Neste sentido, este tipo de robôs não têm uma boa performance quando confrontados com um objeto transparente, como uma garrafa de vidro ou um copo de plástico, uma vez que os seus sensores de profundidade refletem sobre estes objetos e só são capazes de capturar sombras vagas.

Mas uma equipa de investigadores da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, conseguiu criar um sistema para que os robôs possam completar as sombras que capturam com informações adicionais e serem capazes de moldar objetos transparentes, relata o The Wall Street Journal, citado pela BI.

O poder de escutar
Também em Carnegie Mellon os investigadores criaram uma base de dados de sons e imagens digitalizados usando todo o tipo de objetos domésticos, de forma a que um sistema de inteligência artificial com formação automática possa identificar corretamente cada som. Com este sistema, o robô consegue identificar até 750% das vezes objetos que não conseguia ver, mas que podia ouvir. Além de identificarem objetos através do som, também está a ser desenvolvida uma tecnologia que permite isolar os sons uns dos outros e diferenciar, por exemplo, vozes e ruídos.

A Oticon Inc, uma empresa de fabrico de aparelhos auditivos, já está a investigar a criação de implantes com algoritmos, alimentados por milhões de amostras de fala, com e sem ruído de fundo, que isolam automaticamente as vozes do ruído de fundo. Isso permitirá que as pessoas que sofrem de perda auditiva recuperem as suas faculdades.

O olfato
A Aryballe é uma empresa de software de IA que, utilizando biosensores e um sistema de aprendizagem automática, imita o funcionamento do sistema olfativo humano. O sensor captura as moléculas de odor presentes na atmosfera e codifica-as em dados. O sistema de IA recolhe esses dados e combina-os com uma base de dados que tem milhares de odores diferentes. Depois de cruzar os dados recolhidos com os da sua base, pode determinar o tipo de odor. Ser capaz de desligar um forno, se os alimentos estiveram a queimar-se, ou detetar uma fuga de gás são algumas das aplicações desta tecnologia.

Paladar
Já existe um sistema de IA que permite prever quais os alimentos que podem funcionar melhor num determinado mercado, baseado nas preferências dos consumidores. É o caso da plataforma Gastrograph AI, criada pela Analytical Flavor Systems Inc., que prevê como as pessoas vão reagir a novos produtos alimentares. O sistema cruza os dados de milhares de consumidores que valorizaram pela primeira vez milhares de produtos através de uma aplicação móvel, apontando diferentes parâmetros e categorias. Devido ao sistema de autoaprendizagem da IA é possível determinar quais os padrões de sabor e preferências que funcionam melhor em cada lugar.

O  tacto
Desenvolvida por investigadores do Laboratório de Informática e Inteligência Artificial do MIT (EUA), a tecnologia GelSight permite que os robôs tenham perceção de tacto utilizando um sensor de toque para determinar a forma, o tamanho e o material de uma determinada superfície.

Através da recolha de dados de mais de 200 objetos tocados milhares de vezes com um sensor GelSight, o investigador Yunzhu Li criou uma base de dados para IA que pode fazer modelos de correspondência entre dados visuais e dados de toque.

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