Nos anos 80, havia um anúncio famoso cujo slogan dizia: “E se um desconhecido lhe oferecer flores? Isso é Impulse, o seu desodorizante!” Quarenta anos depois, poderíamos trocar as flores pela tecnologia e a frase faria todo o sentido: “E se um desconhecido lhe oferecer Inteligência Artificial? Isso é… o seu novo “salvador” digital!”
Durante anos ouvimos — e repetimos — que a transformação digital era inevitável. Que ou as organizações se transformam ou desaparecem. Que é preciso investir em tecnologia, automatizar processos, adotar ferramentas cloud, IA, dados. Tudo isso é verdade. Mas é apenas parte da verdade.
No passado dia 28 de abril de 2025, um apagão generalizado atingiu Portugal e Espanha. Num instante, o que era automático deixou de funcionar: sistemas energéticos colapsaram, vários meios de transporte público pararam, e as redes de comunicação entraram em silêncio. Foi mais do que um corte de luz – foi um lembrete brutal da nossa vulnerabilidade estrutural num mundo cada vez mais dependente do digital.
Aviso imediato: este artigo pode parecer demasiado ficção científica… mas, se está a ler isto, tenha a consciência que não é!
Desde os primórdios da humanidade, a evolução do ser humano tem sido marcada pela adaptação às suas condições e pela inovação. Do Australopiteco, que caminhava sobre duas pernas há cerca de quatro milhões de anos, ao Homo Sapiens, que desenvolveu a linguagem e a capacidade de raciocínio complexo, cada passo na escala evolutiva trouxe transformações significativas.
Em 1993, quando decidi ir tirar Engenharia Informática no Instituto Superior Técnico, disseram-me por muitos anos: “tens emprego para toda a vida” e “isso é que é o curso do futuro!” (de notar que não foram estes os motivos da minha decisão de entrar nesta formação).
É reconhecido que Transformação Digital já não é uma tendência, mas uma realidade inevitável para as empresas que desejem no mínimo sobreviver, no atual cenário de mercados altamente competitivos e em constante mudança.
A transformação digital teve na última década um enorme destaque no mundo empresarial e, muitas vezes, com sentidos erróneos sobre a sua importância e estrutura.
Num mundo onde a tecnologia evolui a uma velocidade exponencial, adotar uma postura passiva diante da era digital pode ser a diferença entre viver ou morrer, no mercado empresarial.
Vivemos atualmente uma velocidade elevada de transformação digital, onde a cibersegurança emergiu do fundo das preocupações empresariais para se tornar um pilar central na estratégia digital de qualquer organização.
A evolução tecnológica tem sempre moldado a evolução da humanidade, sendo que vivenciamos provavelmente uma das eras mais transformadoras de sempre, fundamentalmente pela velocidade imposta por ciclos muito mais curtos de inovação e de crescimento exponencial de capacidade de computação.
Atualmente, a liderança digital emerge como um elemento crucial para o sucesso de organizações que pretendem destacar-se atualmente num mundo empresarial e económico, cada vez mais competitivo.