Cientistas portugueses ajudam a criar normas para usar IA no diagnóstico de cancros digestivos

Especialistas de duas instituições de saúde e investigação portuguesas – o IPO do Porto e o INESC TEC – estão envolvidos num estudo internacional que se debruça sobre o uso de IA para melhorar a qualidade da endoscopia gastrointestinal.

Especialistas portugueses estão na vanguarda de uma iniciativa internacional que estabelece normas para a utilização de inteligência artificial (IA) no diagnóstico de cancros digestivos.

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e o INESC TEC participaram no projeto QUAIDE (Quality Assessment of pre-clinical AI studies in Diagnostic Endoscopy), que visa melhorar a qualidade da endoscopia gastrointestinal, ferramenta crucial para o diagnóstico precoce e a redução da mortalidade dos cancros digestivos.

“A endoscopia digestiva desempenha um papel essencial no diagnóstico precoce de cancros como os gástrico, colorretal e esofágico, que estão entre as principais causas de mortalidade”, refere Mário Dinis Ribeiro, coordenador da equipa do IPO Porto, citado em comunicado. O responsável destaca o potencial da IA para melhorar a qualidade deste procedimento, mas alerta para a necessidade de padrões rigorosos que garantam resultados confiáveis em estudos pré-clínicos.

Publicado na revista científica Gut, o estudo é o resultado de uma colaboração entre 32 especialistas de diversas áreas, incluindo endoscopia digestiva, engenharia e inteligência artificial. A iniciativa propõe 18 recomendações para garantir que os algoritmos de IA sejam “desenvolvidos e aplicados de forma rigorosa, segura e confiável” em ambientes clínicos.

Entre as recomendações do estudo estão a descrição detalhada dos processos, a diversidade e qualidade dos dados utilizados, a redução de vieses na seleção de pacientes e a transparência sobre os algoritmos desenvolvidos.

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