Business angels andaluzes criam veículo de investimento para start-ups

Os promotores do Southup Ventures já participaram no capital de seis empresas tecnológicas.

Um grupo de profissionais da Andaluzia está a criar o primeiro veículo de investimento privado de capital semente, para participar coletivamente nos novos projetos empresariais que estão a surgir na região espanhola.

Os seus fundadores fazem parte da Associação Andaluza de Business Angels (Aaban), que nasceu há dois anos pela mão de executivos e ex-diretores de grandes empresas como Jose Enrique Rodriguez Zarza (fundador de Agaz), Manuel Villalón (que começou a sua carreira na Arthur Andersen e tem estado ligado a um family office catalão), Álvaro Muñoz de las Casas (que dirigiu o negócio da Telefónica na Andaluzia) ou María Luisa García (que passou por multinacionais como a Siemens ou a Lucens), avança o site espanhol ABC de Sevilha.

A Aaban conta com 40 membros que já entraram no capital de 22 empresas. A associação identifica empresas com potencial e partilha a informação através de uma plataforma, à qual acedem todos os sócios. A partir daí, cada membro decide, a título particular, se entra ou não no seu capital.

Nestes dois anos de vida, seis sócios da Aaban  já entraram no capital de diversas empresas, como a Qashops (consultoria avançada no comércio eletrónico), a TheGobalPassword (uma plataforma digital que oferece serviços de tradução simultânea online), a 3antsDS (segurança informática), a Open Salud (acesso digital a serviços médicos) ou a Bubocar (economia colaborativa aplicada à reparação de automóveis). “Demos um passo em frente para criar um veículo conjunto de investimento, o SouthUp Ventures, com o qual a nossa participação será mais eficiente”, informa Manuel Villalón.

O objetivo é identificar projetos nas suas primeiras fases de desenvolvimento, com inovação e potencial. “As ideias estão sobrevalorizadas, o mais importante é a equipa humana que está por detrás, que deve ter capacidade real de executar os objetivos, e que o negócio que se planeia seja escalável”, vinca Muñoz de las Casas. Num primeiro momento, haverá blocos de investimento de 50 mil euros e, à medida que for necessário, será realizada uma nova ampliação de capital. Este “veículo” de investimento funcionará também como um clube de investimento, que desafiará outros investidores para entrarem individualmente no capital das empresas selecionadas. “Em função de como evoluírem os diversos investimentos, no futuro o SouthUp pode converter-se numa empresa de capital de risco… Mas devemos ir passo a passo”, remata Villalón.

Os sócios da Aaban efetuaram um investimento de um milhão de euros em start-ups e, por sua vez, atraíram em diversas rondas de financiamento outros sócios públicos e privados que investiram outros dois milhões. “A Andaluzia precisa de investidores em capital semente, o nosso fundo ajudará a amadurecer o ecossistema empreendedor”, conclui.

 

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