As start-ups britânicas que lideram a nova vaga tecnológica no campo da fertilidade

Desde aplicações que analisam hormonas a clínicas de inteligência artificial, o campo da fertilidade está cada vez mais a ganhar a atenção das start-ups britânicas, que procuram ajudar as mulheres e os homens nas questões ligadas à sua saúde reprodutiva.
A experiência pessoal de Lina Chan, de 42 anos, levou-a a criar uma start-up dedicada à fertilidade. A start-up Adia Health é uma plataforma digital que ajuda as mulheres a entenderem melhor a sua saúde reprodutiva.
A start-up disponibiliza um teste hormonal caseiro desenvolvido pela especialista em fertilidade da empresa, a Linda Farahani, obstetra do Imperial College Healthcare NHS. O teste de 99 libras (110 euros), que é semelhante aos testes realizados em clínicas médicas e onde podem custar 600 libras (667 euros), analisa seis hormonas e ajuda as mulheres a entender questões como a reserva ovariana, a menstruação, a saúde da tiróide e como reagir à fertilização in vitro.
Além disso, a Adia conta ainda com um repositório de conteúdos educacionais sobre fertilidade e disponibiliza webchats com obstetras, ginecologistas, psicólogos e nutricionistas, sendo por isso um ponto único de contacto sobre a fertilidade das mulheres.
Lina Chan, que é brasileira, mas que vive me Londres há 10 anos, encara o seu projeto como sendo “uma plataforma para capacitar as mulheres com melhores informações sobre a sua saúde, para que possam ser mais instruídas sobre o tema, e para ajudar a reduzir o preço dos testes tradicionais”, escreve o London Evening Standard.
A Adia é um exemplo das novas start-ups de tecnologia da saúde focadas na fertilidade. Carlos Eduardo Espinal, sócio da Seedcamp e um dos investidores da Adia, dá à Babylon os créditos de iniciar esta vaga. Mas são várias as start-ups que hoje em dia atuam neste campo e que não se focam apenas na questão feminina.
A start-up ExSeed, criada por Morten Ulsted, Emil Anderson e Daniel Daugaard-Jensen, faz testes ao esperma, com o intuito de dar aos homens mais informações sobre o seu processo de fertilidade.
O dispositivo é compatível com smartphones e analisa o esperma do homem, tendo em conta o volume, a contagem de espermatozoides e a motilidade (a capacidade destas células se moverem). A plataforma também dá conselhos sobre como melhorar a saúde dos espermatozóides, com base em pesquisas que mostram o efeito do exercício, das dietas saudáveis e de não fumar.
O fundador Morten Ulsted afirma que entre 40 a 50% das vezes o problema da infertilidade está ligado a causas relacionadas com o homem. Porém, este empreendedor comenta que no mercado a maioria dos serviços e produtos são direccionados a mulheres. “Isso leva a resultados gerais de tratamento abaixo do ideal e impõe uma carga emocional injusta sobre as mulheres”, refere.
Tal como a Adia, a ExSeed, sediada em Londres, tem como objetivo reduzir os custos dos testes de fertilidade. A sua oferta inicial disponibiliza cinco testes por 150 libras (166 euros), um valor mais reduzido quando comparado com os testes em clínica que variam entre as 160 e as 280 libras (177 e 311 euros).
A ExSeed integrou um programa acelerador de nove meses oferecido pela O2 Telefonica’s Wayra e pela gigante farmacêutica Novartis. Como meta, o fundador da empresa pretende que o Serviço Público de Saúde do Reino Unido disponibilize os seus produtos nos testes de casais que desejam engravidar e que estes possam chegar ao Médio Oriente, Japão e Coreia do Sul. No caso da Adia, já está disponível para as mulheres dos EUA.