Apple: 10 anos do iPhone, o passado e o futuro

Fez a semana passada uma década desde que foi lançado o primeiro iPhone. Neste artigo exploramos o passado e o futuro da Apple: o novo iPhone 8, o dinheiro gasto em R&D, a importância dos telemóveis para a marca e alguns dos melhores e piores produtos que a marca desenvolveu desde 1976.

A gigante norte-americana fundada por Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne em 1976 comemorou na semana passada, dez anos do primeiro lançamento do iPhone. Há precisamente um ano, a Apple atingiu os mil milhões de telemóveis vendidos. Só em 2016 foram vendidos mais de 210 milhões de iPhones e no primeiro semestre de 2017 já foram vendidos 129 milhões.

O mais provável é este número crescer bastante na segunda metade deste ano, visto que há a expetativa que o novo iPhone 8 seja lançado ainda em 2017. Segundo vários sites de notícias de tecnologia, o lançamento do novo telemóvel da marca norte-americana está previsto para setembro ou outubro. O vídeo que se segue é, supostamente, o novo design do iPhone que comemora a primeira dezena de anos da Apple na indústria dos telemóveis.

A importância da venda telemóveis nas receitas da Apple

Desde 2012, ano de lançamento do iPhone 5, que a venda de telemóveis representa mais de 50% das receitas da multinacional criada por Steve Jobs. Em 2014 a venda de iPhones representou 69% das receitas da Apple e no primeiro semestre deste ano cerca de 80% das receitas foram atribuídas a estes aparelhos.

Percentagem que cada produto ocupa na receita da Apple. Fonte: Statista

Apesar do enorme sucesso dos smartphones, o crescimento nas vendas parece ter abrandado. Este abrandamento leva a crer que o pico de vendas dos telemóveis da marca já foi atingido, o que significa que a Apple já abrangeu a maior percentagem de mercado possível. Não obstante, a marca parece não acreditar nesta ideia. Um exemplo desta resiliência é o lançamento do iPhone SE, um smartphone do tamanho do modelo 5 e com a eficiência do 6. Esta criação vem abranger outro segmento alvo.

No gráfico seguinte podemos ver a evolução das receitas da Apple entre 2004 e 2016. Desde o lançamento do iPhone (2007), houve um crescimento bastante mais acentuado nas receitas da marca norte-americana.

Receitas da Apple (em mil milhões de euros). Fonte: Statista

“Designed by Apple in California. Assembled in China”

“Concebido pela Apple na Califórnia. Montado na China”. Se tem ou já teve um iPhone, um dos mil milhões já vendidos, estas palavras não lhe são desconhecidas. O facto de o produto ser projetado, desenhado e concebido na Califórnia e ser montado na China é por vezes questionado, principalmente na atual conjuntura política dos Estados Unidos, onde o atual presidente, Donald Trump, tenta fomentar o fabrico e produção interna dos produtos consumidos pelos americanos. A resposta mais óbvia para a Apple montar os seus telemóveis na China é o baixo custo da mão de obra.

No entanto, esta não é a razão principal para os telemóveis serem montados no país asiático, aliás, o custo da mão-de-obra dos telemóveis representa apenas 2,2% do custo total. A principal razão para a Apple montar os seus produtos na China deve-se à designada capital mundial do “hardware”, Shenzheng. Esta cidade traz a possibilidade de ter todos os componentes necessários para construir um iPhone ou um portátil da marca a um raio de 75 km da fábrica de montagem, o que diminui o custo da distribuição destes componentes em grande escala. Já houve tentativas de recriar este ambiente noutros países, no entanto, estas cópias ficaram bastante longe das expetativas.

Aposta em R&D (Research and Development – Pesquisa e Desenvolvimento)

O mercado dos smartphones nunca esteve tão competitivo. Basta ir a uma loja desta categoria que facilmente nos perdemos nas quinhentas marcas diferentes. E é este o mercado em que os iPhones se inserem. Para se distinguir dos restantes, a Apple tem gasto cada vez mais dinheiro de ano para ano com o intuito de apostar na inovação. Em 2016, apesar das receitas terem ficado aquém das expetativas, foram gastos mais de 9.1 mil milhões de euros no departamento de “Research and Development”. Comparativamente a 2012, os gastos sofreram uma subida de quase 6 mil milhões de euros.

Investimento da Apple em R&D (em mil milhões de euros). Fonte: Apple

Apesar de haver uma aposta bastante grande na inovação dos iPhones, não há uma divisão certa de valores entre os produtos em que a Apple está a apostar. Tim Cook, o sucessor de Steve Jobs e atual CEO da empresa, respondeu no ano passado a uma pergunta sobre o aumento das despesas em R&D. Cook afirmou: “não quero falar sobre a divisão exata [dos gastos em R&D], mas pode olhar para a taxa de crescimento e concluir que há muita coisa que estamos a desenvolver para além dos atuais produtos”. Com esta afirmação podemos facilmente concluir que a Apple está a desenvolver novos produtos. Mas serão estes novos produtos um autêntico sucesso ou um absoluto fracasso? As próximas duas listas são dedicadas a isso mesmo: aos maiores sucessos e aos maiores fracassos da marca norte-americana.

Produtos com maior sucesso da Apple

Do Apple II ao iPhone, passando pelo iPod e pelo iTunes. Esta lista incorpora alguns dos maiores sucessos em termos de vendas e de disrupção da tecnologia.

• Apple II: construído por Steve Wozniak, um dos cofundadores da marca, este computador foi lançado no mercado em 1977, 12 meses depois do Apple I. Este produto atingiu um total de vendas de 69 milhões de euros. Com a inflação, hoje em dia, estas vendas representariam perto de 278 milhões de euros.

• iPod: lançado há mais de 15 anos, este foi o produto que transformou a Apple de uma empresa de computadores para uma gigante do mundo eletrónico. Este produto viria também revolucionar a indústria da música. Apesar de a primeira geração deste aparelho ter menos espaço de armazenamento que os seus competidores, ganhou por ter um sistema operativo bastante mais intuitivo e simples de utilizar. Em 2005, Steve Jobs anunciou o iPod nano, uma versão mais leve e com mais armazenamento que o seu precedente.

• iTunes: Até Steve Jobs ter lançado o iTunes em 2001, não havia ninguém que convencesse os grandes executivos da indústria da música que as pessoas estariam predispostas a pagar por músicas online.

• iMac: três anos depois de Steve Jobs regressar à Apple, o visionário fez questão de mostrar ao mundo a sua maneira diferente de conceber a tecnologia. Em 1998 nasceu o iMac, um computador incorporado num monitor. Esta peça de tecnologia marcou uma nova era e antecipou o sucesso que a Apple teria na transição para o novo milénio.

• iOS App Store: lançada em 2008, esta “loja” digital impulsionou o mundo dos smartphones para um novo nível. A possibilidade de criadores independentes poderem vender aplicações, música ou mesmo livros nesta loja, abriu um leque de possibilidades das funcionalidades de um simples telemóvel. Para acompanhar esta criação, a Google criou a Play Store em 2012, quatro anos mais tarde.

• iPad: primeiramente conhecido como o “iPhone em grande escala”, este produto revolucionou o mercado e deu espaço a outras marcas de entrarem no jogo. Dois anos depois do lançamento do iPad, já existiam mais de 100 tablets diferentes.

• iPhone: lançado há uma década, esta foi, possivelmente, a maior e melhor invenção da Apple. Os números não enganam, em dez anos foram vendidos mais de mil milhões de unidades. A partir de 2012, a marca representada por uma maçã viu os telemóveis a ocuparem mais de 50% do total das suas receitas.

iTunes
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Os maiores falhanços da Apple

Apesar da Apple ser uma das marcas que mais inova no mercado tecnológico, nem todos os tiros são certeiros e alguns dos próximos produtos são prova disso mesmo.

• Apple III: lançado em 1980, o Apple III não fez jus ao seu antecessor, que faz parte da lista de maiores sucessos da marca. Este foi o primeiro computador da Apple que não foi desenhado por Steve Wozniak. O resultado foi um aparelho com muitos erros no sistema operativo e que aquecia demais.

• Apple Macintosh Portable: este portátil vendido a partir de 1989 tinha o grave problema de nem sempre ligar, por causa de um defeito da bateria. Mesmo quando o carregador estava ligado o portátil não arrancava. A acrescer a este problema, este computador, que supostamente seria um portátil, pesava mais de sete quilos.

• Apple Pippin: antes de ter revolucionado o mercado da música com o iPod, a Apple quis entrar na indústria dos jogos com o Pippin, uma consola lançada em 1995. Para além de custar uns incríveis 600 dólares (520 euros), este setor já tinha sido dominado pela Nintendo, Sega e pela PlayStation da Sony. Antes do lançamento, previam-se vender 300 mil unidades, no entanto, estimativas colocam as vendas da consola da Apple entre as 12 e as 42 mil unidades.

• iPod dos U2: Como parte de uma parceria entre a Apple e os U2, foi lançada, em 2004, uma versão especial do iPod que vinha com a música “Vertigo” incorporada. Esta versão do iPod, que contava com 30Gb de armazenamento, era 50 dólares mais cara e, para além de vir com uma música da banda irlandesa e de ser diferente esteticamente, não oferecia nenhuma vantagem ao comprador.

Apple Pippin
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