ChatGPT pode aumentar produtividade dos escritores com menos experiência

O uso de inteligência artificial generativa permite que pessoas com mais dificuldades na expressão escrita criem textos de qualidade, segundo um novo estudo do MIT.

Os textos escritos por chatbots de inteligência artificial (IA) generativa – tecnologia que permite criar novos conteúdos, como texto, imagens, música, áudio e vídeos – trouxe à tona um dos grandes desafios da tecnologia que engloba implicações éticas e levantou sérias questões sobre os planos de algumas empresas em automatizar formas complexas de escrita.

Mas um novo estudo do MIT, publicado na revista Science, conclui que, quando se trata de tarefas mais rotineiras que impliquem escrever emails ou relatórios curtos, a IA generativa pode ser uma grande vantagem. O estudo refere que usar chatbots para essas tarefas acelera a produtividade em 40% e aumenta a qualidade dos textos em 18%.

“O ChatGPT pode ajudar as pessoas a realizar tarefas de redação de maneira mais rápida e melhor. A ferramenta de IA é especialmente útil para aqueles que têm menos experiência na escrita, aumentando o seu desempenho para níveis mais próximos aos dos indivíduos mais proficientes”, lê-se no sumário do estudo.

Para o estudo, os autores Shakked Noy e Whitney Zhang, ambos pré-doutorados do MIT, recrutaram 453 profissionais com formação universitária, incluindo profissionais de marketing, redatores e gestores. E pediram que escrevessem um comunicado de imprensa sobre um novo produto, um email para toda a empresa sobre uma nova política ou um relatório de consultoria sobre uma nova tendência.

Cada pessoa foi solicitada a fazer duas tarefas que um profissional faria num determinado setor (por exemplo, realizar duas tarefas relacionadas com as relações públicas). Os participantes foram recrutados através do serviço Prolific, plataforma que liga investigadores a pessoas que participam em estudos.

Entre a primeira e a segunda tarefa, metade dos participantes foi desafiada a inscrever-se no ChatGPT e recebeu permissão para usá-lo na segunda. Desse grupo, 80% usaram a ferramenta. Os textos foram, então, avaliados por outro grupo de profissionais dessas áreas através de um sistema de pontuação numerada. Os participantes também tiveram as atividades cronometradas e receberam incentivos financeiros: um salário base de 10 e até 14 dólares ( entre 8,9 euros e 13 euros) por bónus de qualidade, podendo o valor ser mais elevado no caso dos com melhor desempenho.

O facto de a produtividade ter aumentado pode não ser surpresa – os primeiros rascunhos de um texto geralmente consomem mais tempo e fazê-lo com apenas um clique é uma “arma” poderosa –, mas o mesmo não se pode dizer relativamente à qualidade dos textos. De acordo com Noy, a possível razão para a melhoria da qualidade dos textos é que “o ChaGPT é um bom escritor e consegue elaborar frases que geralmente são suficientes para tarefas simples”.

No entanto, os investigadores apontam limitações ao estudo. Os investigadores escolheram tarefas em que não seria preciso fazer uma verificação rigorosa dos factos, devido às restrições de orçamento e do tempo do projeto. Como resultado, não puderam concluir se o tempo gasto a verificar os factos compensa os ganhos obtidos com o uso da tecnologia.

 

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